ATA DA VIGÉSIMA OITAVA SESSÃO
EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA
LEGISLATURA, EM 25-11-2009.
Aos vinte e cinco dias do mês de novembro do ano de
dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte minutos, foi
realizada a chamada, respondida pelos vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch,
DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello
Chiodo, Mario Manfro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro
Ruas, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein.
Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino
Besson, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Em Votação, esteve o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 008/07. Durante a Sessão, foram apregoados os
seguintes Requerimentos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando a
retirada do destaque para a votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 008/07: de autoria dos vereadores Valter
Nagelstein e Reginaldo Pujol, com referência às Emendas nos 57, 58,
65, 87, 170, 218, 220, 282, 283 e 345; de autoria do vereador Beto Moesch e da
vereadora Maria Celeste, com referência às Emendas nos 68, 176, 243,
362, 417, 419, 424, 426, 427 e 428. Foi votada destacadamente e rejeitada a
Emenda nº 55, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, por
doze votos SIM, dezessete votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à
votação pelos vereadores Fernanda Melchionna, Reginaldo Pujol, Engenheiro
Comassetto, Sofia Cavedon e Ervino Besson, em votação nominal solicitada pelo
vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto
Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia
Cavedon e Toni Proença, votado Não os vereadores DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr.
Thiago Duarte, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, João
Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro
Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Tarciso Flecha Negra
e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção os vereadores João Antonio Dib e
Sebastião Melo. Na oportunidade, o senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca dos trabalhos deste Legislativo no dia de hoje, tendo-se manifestado a
respeito o vereador Pedro Ruas e a vereadora Maria Celeste. Também, o vereador
Pedro Ruas manifestou-se acerca da votação da Emenda nº 55, aposta ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 008/07. A seguir, as vereadoras Maria
Celeste e Fernanda Melchionna e os vereadores Luiz Braz, Engenheiro Comassetto,
Valter Nagelstein e João Antonio Dib manifestaram-se acerca da ordem de
apreciação das Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
008/07, tendo o senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em
continuidade, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Luiz
Braz, solicitando alteração na ordem de apreciação das Emendas apostas ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07. Foi votada destacadamente e
rejeitada a Emenda nº 151, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 008/07, por trinta votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação
pelos vereadores Engenheiro Comassetto, Luiz Braz e Adeli Sell, em votação
nominal solicitada pelo vereador Sebastião Melo, tendo votado Não os vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio,
Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro
Zacher, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon,
Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e optado pela Abstenção o vereador
Sebastião Melo. Após, o senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário,
da senhora Teresinha Casagrande. Na oportunidade, os vereadores Valter
Nagelstein, João Antonio Dib, Maria Celeste, Fernanda Melchionna, Luiz Braz,
Sofia Cavedon, Toni Proença, Engenheiro Comassetto e Aldacir José Oliboni
manifestaram-se sobre a retirada do destaque para a votação de Emendas apostas
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07. Também, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pela vereadora Maria Celeste, solicitando
alteração na ordem de apreciação das Emendas apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 008/07. Na ocasião, os trabalhos estiveram
suspensos das dezesseis horas e vinte e três minutos às dezesseis horas e
quarenta e quatro minutos, nos termos regimentais. Foi votada destacadamente e
aprovada a Emenda nº 64, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
008/07, por vinte e cinco votos SIM, quatro votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser
encaminhada à votação pela vereadora Sofia Cavedon, em votação nominal
solicitada pelo vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias
Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João
Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mauro
Zacher, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha
Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein, votado Não os vereadores João Carlos
Nedel, Mario Manfro, Nelcir Tessaro e Nilo Santos e optado pela Abstenção o
vereador Sebastião Melo. Em prosseguimento, os vereadores Valter Nagelstein,
Maria Celeste e Luiz Braz manifestaram-se sobre a retirada do destaque para a
votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
008/07, tendo o senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Às
dezessete horas e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezessete horas e doze minutos, constatada a existência de
quórum. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 82, aposta ao Projeto
de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, por dez votos SIM e vinte e dois
votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Valter Nagelstein,
Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Airto Ferronato, Nelcir Tessaro, Mauro
Zacher, Carlos Todeschini e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo
vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Aldacir José
Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Toni Proença e Não
os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ
Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Marcello
Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben
Berta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal.
Na oportunidade, o senhor Presidente dispensou os senhores vereadores do uso da
indumentária prevista no artigo 216, inciso III, do Regimento. A seguir, a
vereadora Maria Celeste e os vereadores Valter Nagelstein, Engenheiro
Comassetto e Alceu Brasinha manifestaram-se sobre a retirada do destaque para a
votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
008/07. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 103, aposta ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, por quinze votos SIM,
quatorze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos
vereadores Sofia Cavedon, Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna, Beto Moesch,
Valter Nagelstein e Toni Proença, em votação nominal solicitada pelo vereador
Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato,
Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Paulinho
Ruben Berta, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal, votado Não
os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Elias Vidal,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz,
Marcello Chiodo, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Tarciso Flecha Negra e Valter
Nagelstein e optado pela Abstenção o vereador Dr. Raul. Em continuidade, em
face de Questão de Ordem formulada pelo vereador Toni Proença, o senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca do número de votos necessário para
aprovação da Emenda nº 103, aposta Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
008/07, tendo-se manifestado a respeito os vereadores Pedro Ruas, Haroldo de
Souza e Valter Nagelstein. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº
110, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, por doze
votos SIM, quinze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação
pelo vereador Engenheiro Comassetto, em votação nominal solicitada pelo
vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Aldacir
José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, João Antonio Dib, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia
Cavedon e Toni Proença, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Elias Vidal, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Marcello Chiodo,
Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Reginaldo Pujol e Waldir Canal e
optado pela Abstenção os vereadores Dr. Raul e Sebastião Melo. Na ocasião, o
senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do senhor Evandro
Garla, Secretário Nacional do Partido Republicano do Brasil – PRB. Após, o
vereador Pedro Ruas informou que apresentará o Recurso previsto no artigo 99 do
Regimento, contra decisão tomada pelo senhor Presidente em relação ao número de
votos necessários para aprovação da Emenda nº 103, aposta Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 008/07, tendo o senhor Presidente prestado
esclarecimentos sobre o assunto. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 124, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, por dez
votos SIM, dezesseis votos NÃO e três ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à
votação pelos vereadores Adeli Sell, Maria Celeste, Valter Nagelstein,
Engenheiro Comassetto, Beto Moesch e Pedro Ruas, em votação nominal solicitada
pelo vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato,
Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Pedro Ruas, Sofia Cavedon e Toni
Proença, votado Não os vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto
Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel,
João Pancinha, Luciano Marcantônio, Marcello Chiodo, Mauro Zacher, Nelcir
Tessaro, Nilo Santos, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein e optado pela
Abstenção os vereadores João Antonio Dib, Paulinho Ruben Berta e Sebastião
Melo. Na ocasião, a vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal,
solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do vereador
Valter Nagelstein quando do encaminhamento à votação da Emenda nº 124, aposta
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, tendo-se manifestado a
respeito os vereadores Valter Nagelstein, Sofia Cavedon, Alceu Brasinha, Nilo
Santos e Maria Celeste. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 146,
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, por nove votos
SIM, quinze votos NÃO e três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo
vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Aldacir José Oliboni,
Beto Moesch, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna,
Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Toni Proença, votado Não os
vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Elias Vidal,
Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Marcello Chiodo,
Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo
Pujol, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção os
vereadores Dr. Raul, João Antonio Dib e Sebastião Melo. Foi apreciada
destacadamente a Emenda nº 168, aposta ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 008/07, a qual, após ser encaminhada à votação pelos vereadores
Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna e Valter Nagelstein,
teve sua votação suspensa, em face do esgotamento do prazo regimental da
presente Sessão. Na oportunidade, o senhor Presidente registrou a presença,
neste Plenário, do senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre.
Em prosseguimento, a vereadora Fernanda Melchionna formulou Requerimento
verbal, solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do
vereador Valter Nagelstein quando do encaminhamento à votação da Emenda nº 168,
aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 008/07, tendo-se
manifestado a respeito o vereador Valter Nagelstein. Às dezenove horas e
quarenta e oito minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o
senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores
vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos
foram presididos pelos vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados
pelo vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada
pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento,
será assinada pela maioria dos seus integrantes.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum,
passamos à
ORDEM DO DIA
VOTAÇÃO
(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 6777/07 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/07, que dispõe
sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre, institui o Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre – PDDUA – e dá
outras providências. Com Emendas.
Parecer:
- Conforme Relatório da Comissão Especial.
Observação:
- votação nos termos do art. 131-D do
Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação a
Emenda n° 55, destacada, ao PLCE n° 008/07. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda n° 55, destacada, ao
PLCE n° 008/07.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, aproveito o momento de
discussão da Emenda do Ver. Ervino Besson para, em nome do PSOL, em meu nome e
em nome do Ver. Pedro Ruas, defender a sua aprovação. Trata-se de uma bela
Emenda, e há dois méritos importantes a serem destacados. O primeiro é que os
empreendimentos referentes a Projetos Especiais de Impacto Urbano de 2° Grau
serão aprovados mediante Projetos de Lei do Executivo, resolvendo os problemas
de vício de origem, algo bastante debatido nesta Casa na época do Pontal do
Estaleiro. Houve o debate do vício de origem do Projeto, deveria ter vindo pelo
Executivo e foi originado por 17 Vereadores desta Casa. E o segundo mérito é
que determina a apreciação prévia dos Conselhos Municipais competentes, para
que esses Conselhos, como o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental e o Conselho Municipal do Meio Ambiente, possam se pronunciar quando
da ocorrência de Projetos Especiais.
É uma Emenda que tem méritos importantes, Ver.
Ervino, e quero saudá-la em dois aspectos: o da correção dos vícios de origem
e, sobretudo, o aspecto da ampliação dos espaços de democracia popular, de
valorização dos Conselhos, que têm representantes eleitos para debater os temas
da Cidade, objetivando, à cada interferência, à cada projeto de impacto urbano,
que seja ouvida a população por meio dos Conselhos. Essa tem de ser uma busca
permanente da Câmara de Vereadores, do Legislativo, do Executivo, do Poder
Público de um modo em geral, ampliando os espaços de democracia, de
democratização da discussão da Cidade, exatamente pela concepção de que um
planejamento, de que um projeto que diz respeito à Cidade tem que ser debatido
pelos moradores da Cidade, não apenas pelo Legislativo ou pelo Executivo.
Lamentavelmente, duas Emendas votadas no dia de
ontem mostram que o Plano Diretor que está sendo votado nesta Casa - remendado,
aliás - piora, prejudica os espaços de controle social, retirando
a possibilidade de intervenção dos órgãos competentes da Câmara Municipal e dos
Conselhos - coisa que a Emenda do Ver. Ervino Besson corrige - em espaços, em discussão
de Projetos de Impacto Urbano e Ambiental. Não é à toa que esses Projetos têm
esse nome, porque, em geral, são projetos que causam grandes impactos nas
regiões em que ocorrem, seja impacto ao meio ambiente, seja na rede de
infraestrutura, seja na rede de mobilidade urbana. Para vocês terem uma ideia,
Projeto Especial de 1º Grau permite empresas e indústrias de 30 mil metros
quadrados, o que certamente causa impacto em toda a rede da região que se
coloca. Para que os projetos venham acompanhados de medidas mitigatórias, de
contrapartidas, de devolução e de ajuste das regiões, para que a obra não
prejudique a qualidade de vida da população da região é necessário um controle
social, é necessário que haja democracia na Cidade, que haja discussão nos bairros
e nos conselhos; que não se dê um cheque em branco para o Executivo transformar
os Projetos Especiais numa forma de burla do Plano Diretor da nossa Cidade.
Lamentavelmente, as Emendas votadas ontem, em
cinco Sessões Extraordinárias, das 9h de ontem às 3h do dia de hoje, vêm no
sentido de tolher a participação popular e de facilitar a vida para os grandes
especuladores imobiliários, que não respeitam, em geral, o meio ambiente e a
valorização dos espaços, no sentido de resolver os problemas de habitação
social, que tanto clamam, em nossa Cidade, por resposta. Então, parabenizo o
Ver. Ervino Besson e peço a aprovação da Emenda. Viva a democracia! Esta Câmara
tem a obrigação de aprovar um Projeto que vem no sentido de ouvir as vozes da
Cidade.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Pujol,
antes de conceder a palavra a V. Exa, eu quero fazer um apelo: a
quem não for da assessoria de Bancada eu peço a compreensão de sair do
Plenário. O barulho não contribui com os trabalhos, esta é uma Sessão muito
importante, há muita conversa paralela, e isso não ajuda a Presidência. Então,
por favor, eu solicito aos nossos seguranças: quem não for assessoria de
Plenário não vai poder continuar aqui dentro. Por favor, reuniões paralelas eu
não quero no Plenário.
Os nossos visitantes são muito bem-vindos, há
acomodações para todos.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 55, destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a Emenda nº 65, do Ver. Ervino Besson... Aliás,
Emenda nº 55; eu posso ter me enganado no número, mas sei o seu conteúdo. Nós
tivemos uma longa conversa com o Ver. Besson, nós estivemos discutindo
amplamente e chegamos à conclusão de que, apesar de termos votado pela sua
aprovação no exame das Comissões, hoje, melhor examinando, Ver. Adeli, nós
concordamos com as objeções que partiram, na ocasião, por parte da oposição, de
que era excessiva. Da forma como ela é colocada, ficaria estabelecido que todos
os Projetos de Impacto de 2º Grau serão aprovados mediante lei de iniciativa do
Poder Executivo e com prévia apreciação dos Conselhos Municipais competentes.
Seria uma quantidade de leis intermináveis que engessaria esta Câmara,
ficaríamos só fazendo essas leis, porque os projetos à que a matéria se refere
ocorrem em número de centenas por ano, quem sabe milhares, e isso tudo teria
que gerar uma lei específica que tivesse essa finalidade.
Então, o autor da matéria, o Ver. Ervino Besson,
concorda conosco no sentido de que a Emenda seja rejeitada e de que,
obviamente, a sua ideia se torne objeto de outra análise que não tenha essa
amplidão colocada na redação, porque, do jeito que está colocada, nós teríamos
que ter milhares de leis, ano após ano, toda vez que
houvesse um Projeto de Impacto de 2º Grau, que não são poucos, Vereador. A
ponderação técnica é de que isso seria um desastre em termos de burocratizar
demais o processo e de criar, Ver. Mauro Zacher, um acervo de compromissos para
o Legislativo muito grande, o que praticamente impediria que fizéssemos outra
coisa aqui na Casa a não ser tratar desses projetos. E, como não íamos ter
condições de tratá-los com a brevidade que se requer, eles ficariam longo tempo
aqui aguardando uma decisão nossa. Seria ruim para todos os lados - ruim para
os técnicos, ruim para os interessados e ruim também para o Legislativo.
Por isso estamos, com toda a tranquilidade,
admitindo o nosso equívoco, pois apoiamos fortemente a matéria na Comissão e
conseguimos a aprovação da proposta do Ver. Ervino Besson; nós temos a
autorização do autor e admitimos, com toda a tranquilidade, o nosso equívoco.
Pedimos à Casa que, em pese o parecer favorável da Comissão, rejeite e não dê
condição de ele se transformar em mais uma lei integrante do nosso novo Plano
Diretor, ou melhor, do Plano Diretor que estamos a revisar. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. Engenheiro Comassetto está
com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 55, destacada, ao PLCE nº
008/07.
O SR. ENGENHEIRO
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, imprensa que nos
assiste, gostaria de dizer que - ouvi atentamente o Ver. Reginaldo Pujol - a
Bancada do Partido dos Trabalhadores analisou e tirou uma opinião favorável à
Emenda do Ver. Ervino Besson, acompanhando o que a Comissão já havia tratado,
que era a sua aprovação por unanimidade.
Por que tiramos um entendimento positivo? Porque
este art. 65 se refere aos Estudos de Viabilidade Urbanística de Projetos
Especiais de Impacto Urbano de 2º Grau: aprovado com padrões próprios e
condicionantes, vigorará como Regime Urbanístico para fins de aprovação de
Projeto. Portanto, o artigo que veio do Governo já é um artigo que determina
padrões específicos e condicionantes; pressupõe-se, prezada Rosane Zottis, que
nos acompanha aqui, que já haja um conjunto de pré-requisitos elaborado para
esses projetos. No momento em que o Ver. Ervino propõe que esses Projetos
Especiais de Impacto Urbano de 2º Grau sejam aprovados mediante lei de
iniciativa do Poder Executivo e com prévia aprovação dos Conselhos Municipais
competentes, ele está valorizando duas instituições públicas: primeiro, os
Conselhos, entre eles o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental, e, segundo, a própria Câmara de Vereadores, porque, no momento em
que é elaborado um projeto e mandado para esta Casa, nós vamos nos debruçar
sobre a matéria com mais detalhes.
E registro aqui: certamente este procedimento do
Ver. Ervino Besson colocará uma lupa mais fina sobre o Projeto, mas isso também
dilatará o prazo de aprovação desses Projetos, não será uma aprovação tão
rápida como a Cidade exige hoje. Nós cumprimentamos aqui o Ver. Ervino por esta
proposição. Agora, isso fica na cota justamente do Governo Municipal, no
sentido de entender se exige mais critérios para esses projetos ou se mantém a
proposta apresentada quando diz que haverá padrões próprios ou condicionantes.
Com isso a nossa Bancada entende que esta é uma das Emendas que podemos tratar
aqui a critério do Governo e, em contrapartida, com o conjunto das outras
Emendas apresentadas pelos Vereadores, Sr. Presidente, para que possamos fazer
esse diálogo. Então, é uma das Emendas sobre a qual a nossa Bancada tem clareza
no sentido de que, com a sinalização do Governo, poderá entrar num conjunto de
Emendas a serem negociadas tanto para aprovar quanto para rejeitar. Mas
destacamos que a iniciativa do Ver. Ervino Besson é uma boa iniciativa, ela
valoriza esta Casa, como valoriza os Conselhos Municipais, porém há o problema
de que aumentará o prazo de trâmite dos Projetos para a sua aprovação.
Portanto, afirmo aqui, em nome da Bancada o Partido dos Trabalhadores, que esta
é uma Emenda que poderemos aprovar sem nenhum prejuízo. Se o Governo entender
pela não aprovação, nós concordaremos, desde que possamos imediatamente
dialogar sobre o conjunto de propostas apresentadas. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 55,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, Verª Maria Celeste, nós fizemos um esforço, minutos atrás, de
aglutinação de Emendas. Não estamos encontrando interlocutor no Plenário.
Então, eu quero deixar aqui bem claro que a oposição tem proposta de votação em
bloco. Parece que se espera o Governo, parece que se espera o Secretário
Clóvis, nós não sabemos com quem falamos para avançar nos acordos, Ver.
Presidente. Quando a gente dizia ontem que não é assim esta autonomia da Casa,
nós estávamos, aparentemente, certos. Não conseguimos vencer todas as Emendas,
mas já temos opinião para aglutinar emendas para rejeitar e para aprovar.
Quero retomar a discussão que fazíamos ontem
sobre os Projetos Especiais de Impacto Urbano. A nossa opinião é de que este
Plano vem liberalizar mais o Plano Diretor através desses instrumentos. Dá até
para afirmar, Ver. Ervino, que nos surpreende a sua proposta. Na minha
avaliação, ela é boa, porque, tratando-se de Impacto Urbano de 2º Grau, são
grandes empreendimentos - grandes empreendimentos -; tratando-se de Projeto
Especial, pode haver mudança de regime de atividade, de índice construtivo, de regime
urbanístico, e é muito importante isso passar pela Casa. Na minha opinião, este
texto continua prevendo o que está no Plano hoje, no sentido de que, sendo de
2º Grau, tem que ser de iniciativa do Executivo. Essa foi uma polêmica em
relação ao Pontal do Estaleiro, e a proposta do Ver. Ervino pede a prévia
aprovação dos Conselhos competentes.
Ora, uma proposta para a orla... Ela é Área de
Proteção Permanente, é Área de Interesse Cultural, nós temos que ter a opinião
do Conselho do Meio Ambiente, temos que ter a opinião do Conselho do Patrimônio
Histórico Cultural. Nitidamente, a proposta do Projeto do Cais tem que ter a
opinião desses Conselhos; não vale dizermos que temos um Conselho máximo que
determina as questões do meio ambiente e ele não opinar sobre uma intervenção
do tamanho que vai ser a do Cais do Porto. Eu reconheço, não sei se o Conselho
do Meio Ambiente opinou sobre a proposta que o Governo mandou para cá. Não
creio! Não sei se o Ver. Beto Moesch sabe disso, sobre o Cais do Porto, se o
Conselho do Meio Ambiente já se posicionou sobre o Projeto que veio para cá,
sobre aquele regime urbanístico proposto.
(Manifestação do Ver. Beto Moesch fora do
microfone. Inaudível.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: O Beto Moesch
diz que sim. Então eu me espanto que o Conselho do Meio Ambiente ache que, por
exemplo, dá para aterrar partes da orla do Guaíba. Agora, então, não nos resta
mais nada!
(Manifestação do Ver. Alceu Brasinha fora do
microfone. Inaudível.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Foi aterrado há
muito tempo, no tempo da ditadura militar, Ver. Brasinha! Nós estamos numa
democracia, e na democracia se respeitam as leis, e nós temos legislação em
Porto Alegre que proíbe aterro, porque o rio Guaíba não pode...
(Manifestação do Ver. Beto Moesch fora do
microfone. Inaudível.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Há,
Ver. Beto Moesch. Há possibilidade de aterrar aqui ao lado da Usina do
Gasômetro onde há reentrâncias, se olhar com lupa. E é verdade que tem que
olhar com lupa a proposta do Cais do Porto, está ali hachurado, é muito difícil
de identificar, mas, se ampliar, a gente consegue ver a possibilidade do fim
das reentrâncias ali, portanto pode aterrar. Se aprovarmos o Projeto como está,
aterra um pedaço da beira do Guaíba.
E vejam só: mesmo tendo passado, segundo disse o
Beto, no Conselho do Meio Ambiente, o Conselho não se deu conta desse detalhe.
Para mim há outros detalhes. Parece-me uma Emenda prudente. Eu peço desculpas
ao PSOL por falar no tempo de oposição, a gente não sabe ainda bem a opinião do
PSOL sobre isso. Como estamos dividindo aqui o tempo e como no ritmo de ontem
estávamos nos consultado sobre o uso, possivelmente não seja essa a opinião...
Eu quero cumprimentá-lo, Ver. Ervino, porque, diferente das suas votações
ontem, em várias medidas que deveriam restringir a especulação, esta medida é
prudente e garante a avaliação, porque tem que avaliar Projetos de Impacto como
são os de 2º Grau.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito obrigado,
Verª Sofia.
Eu fiz algumas consultas informais e não tive a
oportunidade de falar com todos os Líderes, mas quero formalizar aqui uma
proposta de trabalho, Ver. Pedro Ruas e demais Líderes, de levarmos esta Sessão
de hoje até às 22 horas. Há um certo consenso nesse sentido, e aí voltaríamos
amanhã às 9h30min para darmos continuidade. Os Líderes concordam com essa
proposta?
O SR. PEDRO RUAS: Com relação ao
PSOL, há acordo.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): As demais
Bancadas concordam? Às 22 horas? Vamos providenciar com a Casa, do ponto de
vista dos funcionários, e voltaremos amanhã pela manhã.
A SRA. MARIA CELESTE: A Bancada do PT
também concorda, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está bem, até
para que os Srs. Vereadores possam fazer ajustes em suas agendas, há tempo
necessário. Teremos Sessões Extraordinárias até chegarmos às 22 horas.
Agradeço.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 55, destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, depois de eu analisar esta
Emenda, que é de minha autoria, com cabeça fria, com maior profundidade, senti
que ela não era boa. A burocracia hoje impera, é um atraso. Dei-me conta de que
esta minha Emenda vai criar uma maior burocracia ao órgão público. Por que digo
isso a Vossas Excelências? (Lê.) “Os empreendimentos referentes a Projetos
Especiais de Impacto Urbano de 2º Grau serão aprovados mediante lei de
iniciativa do Poder Executivo, com prévia apreciação dos Conselhos Municipais
competentes”. Vejam V. Exas que hoje a nossa burocracia é muito
problemática, depois eu me dei conta de que a Emenda ia criar mais burocracia
ainda. Não estou arrependido, a grandeza das pessoas também está em reconhecer
quando cometem um equivoco. Eu cometi um equívoco. Depois de analisar a Emenda
com muito profundidade, dei-me conta de que a Emenda não era boa; como já
disse, vai criar problemas, pois a burocracia impera.
Nós também temos que rever a burocracia e rediscuti-la nesta Cidade, Ver. Tarciso. Já foi dito nesta tribuna que alguns empreendimentos levam três, quatro anos para serem liberados. Não é possível isso, é tempo demais. É uma burocracia atrasada. E vejo que esta minha Emenda também vai atrasar. Qualquer Projeto do Executivo terá que receber a aprovação do Conselho e depois vai ter que ser enviado à Câmara. Vai ser um monte de projetos, e o atraso será maior ainda. Eu me dei conta de que essa Emenda não era boa. Então, pediria aos nobres colegas, Vereadores e Vereadoras, que votem contrariamente à Emenda, pelo bem da Cidade. Nós queremos uma Cidade que anda, uma Cidade renovada, nós queremos uma Porto Alegre com uma melhor qualidade de vida para todos nós. Os projetos têm que andar, nós não podemos trancar. A burocracia tranca demais.
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
pessoas que nos assistem pelo Canal 16 da TVCâmara, nós temos mais de cem mil
edificações irregulares em Porto Alegre. E só o empreendedor é o culpado? Será
que o órgão público também não tem a sua parcela de culpa? Temos que fazer esse
estudo com profundidade, porque não é possível uma cidade como Porto Alegre ter
essa quantidade de edificações irregulares. Por que isso? Porque a burocracia é
morosa, tranca, não anda. Depois de conversar com pessoas, de trocar ideias -
porque o choque de ideias enriquece, traz algo mais, Ver. Dr. Thiago, muitas
vezes a gente pega uma caneta, escreve e não se dá conta -, dei-me conta de que
esta Emenda não é boa para a Cidade. Porque para qualquer empreendimento, por
pequeno que seja, o Executivo Municipal terá que montar um projeto de lei, que
vai passar pelo Conselho e vir para a Câmara. Pelo amor de Deus! Então, a
Câmara vai ter só esse trabalho de verificar, de votar e discutir projetos. A
Emenda, sinceramente, não é boa. E peço mais uma vez aos queridos colegas Vereadores
e Vereadoras desta Casa que votem contrariamente à Emenda. Votando
contrariamente estaremos votando em prol da cidade de Porto Alegre. Nós
queremos uma cidade que anda, que progride, e esta Emenda não vem ao encontro
daquilo que nós esperamos, daquilo que a população de Porto Alegre espera de
nós, Vereadores e Vereadoras. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Adeli Sell assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PEDRO RUAS: O PSOL já
encaminhou favorável à Emenda do Ver. Ervino Besson. Este encaminhamento é
contrário em relação à sua Emenda?
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
O SR. PEDRO RUAS: Era isso que eu
queria saber. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está
esclarecido?
(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência
dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço ao
Ver. Adeli Sell a condução dos trabalhos na minha ausência.
Em votação nominal, solicitada por esta
Presidência, a Emenda nº 55, destacada, ao PLCE nº 008/07. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADA por 17 votos NÃO; 12 votos SIM; 02 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda
nº 57, destacada, ao PLCE nº 008/07. (Pausa.)
A SRA. MARIA CELESTE:
Sr. Presidente, houve um acordo encaminhado pelo
Presidente da Comissão, Ver. João Antonio Dib, no sentido de que as Emendas
aprovadas na Comissão - portanto por consenso e pela maioria dos votos - seriam
votadas em bloco, para que pudéssemos agilizar os trabalhos. O PT dá acordo
para que a gente possa agilizar, incluindo-as num bloco só. Eu posso listar
quais são as Emendas para o senhor.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Eu solicito que V. Exa
decline as Emendas; o nosso Diretor Legislativo atentamente fará a anotação.
Nós consultaremos as Bancadas e procederemos à votação. Verª Maria Celeste, por
favor, decline as Emendas.
A SRA. MARIA CELESTE:
Sr. Presidente, são elas: Emenda nº 57, Emenda nº
58, Emenda nº 65, Emenda nº 82, Emenda nº 87, Emenda nº 145, Emenda nº 170,
Emenda nº 176, Emenda nº 192, Emenda nº 151; Emendas aprovadas por consenso na
Comissão.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr. Presidente, só para informar que o PSOL tem
acordo com a proposta do Ver. João Antonio Dib. Reitero - pelos burburinhos do
Plenário - que são propostas aprovadas, por consenso, na Comissão; que elas
sejam aprovadas por consenso também no Plenário.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Ver. Valter Nagelstein, consulto
V. Exa sobre a proposta, juntamente com o Ver. João Dib. O Ver. Braz
está com a palavra.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, se eu não me engano, a Emenda nº 151 está prejudicada,
mas ela tem que ser votada e rejeitada, ela não pode estar no bloco das
aprovadas.
O SR. ENGENHEIRO
COMASSETTO: Sr. Presidente, a Emenda nº 151 é de minha autoria.
Em nome da construção do acordo e porque o tema já foi tratado e tem cobertura
no assunto que traz, podemos retirar o destaque ou rejeitar por acordo, sem
problema.
O SR. LUIZ BRAZ: Se retirar o destaque, ela fica aprovada, porque ela está, na verdade,
aprovada. Então, nós temos que colocar em votação e rejeitar a Emenda.
O SR. ENGENHEIRO
COMASSETTO: Certo.
(Manifestação fora do
microfone. Inaudível.)
O SR. LUIZ BRAZ: Não, não dá, não foi prejudicada. Ela tem que ser colocada em votação à
parte e tem de ser rejeitada. Até pediria a V. Exa que colocasse
primeiramente a Emenda nº 151, para depois colocarmos as outras.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein, Líder
do Governo, está com a palavra.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Presidente, a respeito da proposição, eu preciso de
dois minutos.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Esta proposição, segundo a Verª
Maria Celeste, é uma proposição do Ver. João Antonio Dib que ela estaria
transmitindo ao Plenário. É isso, Verª Celeste?
A SRA. MARIA CELESTE:
Exatamente, organizada pelo Ver. Luiz Braz.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, nós consultamos as Bancadas, e as
Bancadas concordam. Estamos fazendo o levantamento de todas as Emendas que
foram aprovadas por unanimidade, uma relação já foi dada agora, e nós vamos
considerá-las aprovadas. Evidentemente, virá outro bloco de Emendas aprovadas
por unanimidade, ele será examinado pela oposição, e nós colocaremos, também,
em votação, para aprovar por unanimidade. Agora, se a Comissão aprovou por
unanimidade, mas oposição e situação destacaram, evidentemente, vamos solicitar
a rejeição da Emenda. Esta foi a proposição colocada e aceita pelas Bancadas
que compõem este Plenário.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu acredito no seguinte: se V. Exa colocar a
Emenda nº 151 em votação, porque nós temos que a rejeitar... Enquanto isso,
damos o prazo que está sendo pedido, para que se mantenha a harmonia na Casa e
para que possamos prosseguir nos acordos.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Há um pedido de preferência do
Ver. Luiz Braz; se os Vereadores concordam em fazer a mudança, eu submeto o
Requerimento do Ver. Braz ao Plenário.
Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando que seja votada a Emenda
nº 151 em primeiro lugar. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda
nº 151, destacada, ao PLCE 008/07. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está
com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 151, destacada, ao PLCE nº
008/07.
O SR. ENGENHEIRO
COMASSETTO: Sr. Presidente, o Ver. Luiz Braz está fazendo a
concertação para tratarmos do conjunto de emendas a serem aprovadas ou
rejeitadas. No debate realizado ontem, já tínhamos vindo a esta tribuna; nós
defendemos e votamos favoravelmente a Emenda do Ver. Beto. (Lê.) “A avaliação
do Projeto Especial de Impacto Urbano será realizada mediante Estudo de
Viabilidade Urbanística” - o EVU, isso já é clássico - “para o qual será
exigido Estudo de Impacto de Vizinhança, EIV, e/ou Relatório de Impacto
Ambiental, RIA, ou Estudo de Impacto Ambiental, EIA, na forma da legislação
aplicável”. Então, isso se refere aos Projetos Especiais de Impacto
Urbanístico, é necessário que haja um conjunto de estudos para a sua aprovação.
O EVU já é normal
para todos os projetos, e aí, conforme o grau de exigência do projeto, pode ser
exigido o Estudo de Impacto de Vizinhança, ou o Relatório de Impacto Ambiental,
ou o Estudo de Impacto Ambiental. Quando existe o Estudo de Impacto Ambiental,
não é necessário fazer o EIV e o RIA, porque o EIA é um estudo mais amplo,
trata do meio físico, ou seja, do solo, da água e do ar, sob o ponto de vista
de seus impactos positivos e negativos. Ele trata do meio biológico, da flora e
da fauna com toda a sua cadeia e correlação, trata do meio socioeconômico, que
é o meio da urbanidade no que diz respeito à infraestrutura urbana, no que diz
respeito aos impactos econômicos, no que diz respeito aos impactos de
vizinhança sob o ponto de vista de perturbações sonoras, com a questão da
iluminação, com a questão da aeração. Então, todos esses itens estão incluídos
nesta Emenda.
Mas ontem, na
discussão, demos acordo e aprovamos uma Emenda com o mesmo teor, apresentada
pelo Ver. Beto Moesch. Portanto, não há necessidade de aprová-la aqui, agora,
neste momento. Está acordado que possamos rejeitar a Emenda, mas é importante
ressaltar qual é a sua construção, qual é o objetivo e que isso está garantido
dentro do Projeto do Plano Diretor, no conjunto das Emendas apresentadas,
dirigido e coordenado pelo Ver. João Antonio Dib, que fez essa compilação do
processo. Portanto, nós nos sentimos, em nome dos trabalhos, pela qualidade da
Cidade e da dinâmica que estamos alcançando aqui no Plenário, com tranquilidade
para aceitar a rejeição desta Emenda, com a qualificação das outras já
aprovadas e do conjunto dos textos. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 151, destacada, ao PLCE nº
008/07.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, é sempre bom a gente lembrar, Ver. Mauro Zacher, que o
trabalho que estamos realizando hoje aqui não começou na semana passada, não
começou no mês passado. Nós estamos desde o ano passado - ou muito mais! -
trabalhando para que a gente possa ter algum resultado positivo. Depois de tudo
que foi feito, que não se chegue neste Plenário agora, na hora de votar e, ao
invés de construir um bom texto, conforme foi trabalhado dentro da
Comissão, se acabe fazendo um Frankenstein,
um texto que não vai servir para ninguém. Afinal de contas, se estamos num
processo democrático, o que nós temos que fazer não é um texto para o Governo X
ou para o Governo Y, mas para a Cidade. Devemos ter consciência absoluta de que
a lei que estamos produzindo será boa para a Cidade.
Então, quero saudar aqui todos os Vereadores. E
agora, especificamente, o Ver. Comassetto, que entendeu perfeitamente o
espírito daquilo que está se fazendo, ele sabe havia um confronto entre as duas
Emendas. Essas duas Emendas não são assim tão diferentes, tratam de impacto ambiental;
uma fala sobre EIV, e outra fala sobre outros impactos. É claro que as duas não
poderiam sobreviver, mas uma delas, pelo menos, tem que regrar esse tema dos
impactos, algo que está sendo trabalhado agora tanto pela Emenda nº 151, como,
se não me engano, pela Emenda nº 313, nos Projetos Especiais.
O Ver. Comassetto e o Ver.
Beto Moesch, ontem, chegaram à conclusão de que o texto do Ver. Beto estaria
melhor do que o texto da Emenda nº 151. Olha, tudo isso é muito subjetivo!
Daqui a pouquinho, para outro observador, o texto do Ver. Comassetto poderia
estar melhor do que o texto do Beto; isso é subjetivo. Mas, para que o acordo
possa ser produzido, o Ver. Comassetto está consentindo, já deu o seu aval para
que a Emenda nº 151, que é sua, seja rejeitada. E é isso que nós estamos
fazendo. Nós vamos rejeitar a Emenda nº 151, mas não vamos deixar essa área sem
regramento, porque há o texto que foi aprovado ontem, de autoria do Ver. Beto
Moesch.
Eu quero também cumprimentar o Ver. João Antonio
Dib, porque, quando V. Exa foi escolhido, lá no início do ano, para
dirigir os trabalhos de revisão, nós tínhamos certeza de que estávamos
escolhendo alguém em quem nós poderíamos confiar para que o trabalho chegasse
até o final. Temos que manter sempre uma boa relação com o Executivo, tanto a
base como a oposição. Mas essa relação não pode ser de subserviência, ela
sempre terá que ser uma relação de respeito, porque, assim, vamos sempre
conversar como homens dignos e honrados, que querem, realmente, que a Cidade
possa produzir boas leis. É exatamente em cima disso que estamos produzindo
esse acordo com relação àquelas Emendas que foram aprovadas por unanimidade e
que não tiveram destaque duplo e também com relação à rejeição, que nós vamos
votar, primeiramente, da Emenda nº 151.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 151, destacada,
ao PLCE nº 008/07.
O SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, Ver. Sebastião Melo; eu queria aproveitar este momento para
cumprimentar o meu amigo Ver. Valter Nagelstein, Líder do Governo. Espero que,
com a presença do Líder do Governo, nós possamos ter diálogos profícuos, como,
por exemplo, de o Governo entender a generosidade do Ver. Engenheiro Comassetto,
que, ao ver a sua Emenda contemplada na aprovação da Emenda do Ver. Beto
Moesch, propõe que derrotemos a sua própria Emenda. Esse é um gesto de
colaboração, de generosidade.
O que eu quero salientar é que há algumas coisas
que nos preocupam enormemente. O Governo só pede para a oposição diminuir o
tempo de fala, para não fazer encaminhamentos, para dizer quais as Emendas que
retira e de quais as Emendas retira o destaque. Ou seja, o Governo só pede; o
Governo, absolutamente, só pede! Nós, naquilo que podemos colaborar para ajudar
a Cidade, temos a maior generosidade do mundo, como foi e está sendo
demonstrado na minha intervenção aqui, propondo derrotar a Emenda do próprio
colega Ver. Engenheiro Comassetto. Mas qual a retribuição? Qual o diálogo que
nós estamos vendo que vem do outro lado? Nenhum! Absolutamente nenhum. Às
vezes, alguns desaforos, que não são bons para Porto Alegre, nem para esta
Casa, até porque o povo deve ter nos acompanhado até às 3 horas da manhã desse
dia, quando votamos aqui.
E ninguém está votando na calada da noite, como
foi dito hoje na imprensa, Ver. João Carlos Nedel. Uma rádio andou dizendo que
os Vereadores estão votando na calada da noite. Eu sei ler essa expressão! Por
que eles não estão aqui, então, à luz do dia, para cobrir o que os Vereadores
estão fazendo? Eu estou começando a me enojar de setores da imprensa de Porto
Alegre. Se quiserem me botar na geladeira, ponham! Se quiserem me botar no freezer,
ponham! Mas me dobrar frente a comentários dessa natureza, não! Todo mundo nos
acompanha pela TV, tudo passa na Rádio Web, está gravado, está no espaço
sideral, no ciberespaço, não tem como deletar. Então, a imprensa tem que
aprender um pouquinho com as coisas que estão acontecendo no mundo, e não nos
comparar com qualquer câmara ou com qualquer Vereador de araque, que faz
pilantragem, porque nós não fazemos. E, se alguém fizer, os outros não
concordarão. Dignidade existe nesta Casa, e nós gostaríamos de ser mais
respeitados.
Ontem alguém se vestiu não sei de que aqui na
frente e ficou fazendo entrevista e palhaçadas. Mas, para saber sobre o
conteúdo discutido aqui, sobre os problemas da Cidade, esse jornalista,
picareta de quinta categoria, não entrevistou ninguém. Esta é uma Casa séria,
não é brinquedo de Papai-Noel. Eu estou dizendo que nós estamos colaborando,
estamos sendo generosos ao retirarmos uma Emenda para enxugar o texto, já que
estamos contemplados na Emenda do Ver. Beto Moesch, que não é do nosso Partido,
é do PP. Queria apelar, agora com a presença do Líder do Governo, para que
voltássemos a ter um diálogo, a fim de que pudéssemos conversar sobre as
questões da Cidade, porque ontem, infelizmente, não foram aprovadas algumas
questões de participação cidadã. Quem perdeu foi Porto Alegre; quem perdeu foi
a nossa Cidade, que poderia estar muito melhor não apenas com a nossa presença
determinante aqui, de 36 Vereadores, mas também com a da cidadania militante.
Eu tenho um profundo respeito pelas pessoas que participam, que decidem e que
cobram dos Vereadores. Que bom que sejamos cobrados! Mas ser cobrado de forma
grosseira por alguns órgãos de imprensa... Para esses, sim, nem vou falar.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação
nominal, solicitada por este Presidente, a Emenda nº 151, destacada, ao PLCE nº
008/07. Emenda que, segundo as manifestações do Ver. Luiz Braz e do Ver.
Engenheiro Comassetto, é para ser rejeitada, por fruto de um acordo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) A Emenda nº 151 está REJEITADA por 30 votos
NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Consulto especialmente o Sr. Líder do Governo se
prosperou a proposta apresentada pelos Vereadores Luiz Braz, Maria Celeste e
João Antonio Dib. Há manifestação do Líder do Governo sobre o tema? (Pausa.)
Antes de passar a palavra ao Líder do Governo,
quero fazer um registro muito especial à Teresinha Casagrande, que tem sido
incansável na Comissão do Plano Diretor. A senhora é muito bem-vinda à nossa
Casa, inclusive está convidada a fazer parte do Plenário. A senhora foi
extraordinária nos trabalhos da Casa!
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Cumprimento V.
Exa pela manifestação de reconhecimento ao trabalho da Drª Teresinha
Casagrande.
Nós damos acordo, Sr. Presidente, para a votação
em bloco, com indicativo de aprovação das seguintes Emendas: 57, 58, 87, 170 e
176. Vou repetir, Sr. Presidente: sobre a votação em bloco, o Governo dá acordo
para a aprovação das Emendas nºs 57, 58, 87, 170 e 176. As restantes
nós somos pela rejeição; temos que discutir, vamos manter à parte. Essa é a
proposta.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Se houver
acordo, não precisa ir à votação; basta retirar os destaques.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
na relação dada pelo Ver. Líder do Governo não estão todas; mais Emendas foram
levantadas: Emenda nº 57, Emenda nº 58, Emenda nº 65, Emenda nº 82, Emenda nº
87, Emenda nº 145, Emenda nº 170, Emenda nº 176, Emenda nº 192. Já foi
verificado que essas foram aprovadas por unanimidade.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. João Dib,
acho que há um indício de acordo. Quem sabe fazemos primeiramente um bloquinho
de Emendas? Isso não significa que a postulação feita por V. Exa e
pela Verª Maria Celeste, num segundo momento, possa lograr êxito. Os acordos
vão-se construindo na caminhada. Então, faço um apelo a V. Exa, à
Verª Maria Celeste, ao Ver. Braz, ao Ver. Pujol, ao Ver. Valter, para que, quem
sabe, aceitem esse bloquinho inicial, sem prejuízo de que, num segundo momento,
se produza um novo acordo. Essa é a intenção, fica para reflexão.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, talvez pudéssemos agora parar quinze minutos, para que venha a
relação total, e não haja mais confusão. Talvez fosse muito interessante, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Dib, com
toda a sinceridade... Vossa Excelência sabe que é um Vereador dos mais
experimentados e queridos não só por nós, mas pelo povo de Porto Alegre. Em
quinze minutos não se produz aquilo que em dois anos não se produziu. Então,
vamos tocar o barco, vamos fazer...
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Então encaminharemos
por partes. Se V. Exa entender conveniente, podemos fazer isso.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vamos fazendo
por partes, votando cinco, depois mais cinco, vamos indo.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Correto, nós
concordamos.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria
Celeste está com a palavra.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, vamos seguir a orientação do Ver. João Antonio Dib, mas só queremos
lembrar que, dentro da proposta apresentada, a Emenda nº 151 ao PLCE nº 008/07
já foi rejeitada, ela estava dentro do acordo. Então, faço um apelo para que
faça o bloco logo em seguida da próxima, para aprovação.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Correto, acho
absolutamente ponderado.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Só mais uma
informação: a Emenda nº 145 faz parte daquele acordo das Áreas de Interesse
Cultural. Então, gostaríamos que ela fosse enviada para aquele bloco das Áreas
de Interesse Cultural. Está bem?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vamos por
partes. Vossa Excelência faz um Requerimento para transferir a Emenda nº 145 ao
PLCE nº 008/07 para o bloco das Áreas de Interesse Cultural?
A SRA. MARIA CELESTE: Para as Áreas
de Interesse Cultural, estamos construindo um grande consenso.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o
Requerimento de autoria da Verª Maria Celeste solicitando transferência da
Emenda nº 145 ao PLCE nº 008/07 para o bloco das Emendas que dizem respeito às
Áreas de Interesse Cultural. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Essa Emenda será retirada de onde está, passará
para o bloco já combinado no início da semana passada. Agora vamos colocar em votação um pequeno
bloco de emendas... Vamos retirar os destaques. Consulto o Líder do Governo:
quais os destaques que V. Exa retira?
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Das
Emendas nºs 57, 58, 87 e 170.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: E da Emenda nº
192?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O destaque é da
Verª Maria Celeste. Vossa Excelência retira?
A SRA. MARIA CELESTE: Vou aguardar a
posição do próximo bloquinho e aí retirarei o destaque dessa também.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
eu já tenho em mãos a relação de todas as Emendas que foram aprovadas por
unanimidade, foram 41 Emendas aprovadas por unanimidade. Penso que devemos
votar, e, se o Governo entender que não é o que ele quer, então que vete, é um
direito seu, mas também temos que respeitar o direito da Comissão, que, por
unanimidade, aprovou as Emendas, foi discutido com toda a tranquilidade, não há
motivo para se fazer diferente. Se ele não concordar, tem o direito de vetar.
Passo às mãos de V. Exa a relação total das Emendas que foram
aprovadas por unanimidade, e vou pedir cópias para os nossos outros Líderes.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereadores, a
Presidência tem que contribuir sempre, é o que temos procurado fazer e vamos
continuar fazendo. Agora, a Presidência precisa saber, com clareza, o que o
Plenário quer. Eu vejo com toda a sinceridade, Ver. Braz, Ver. Dib, Ver. Valter
Nagelstein, que não há uma unificação em relação às propostas, e aí o
Presidente não tem como conduzir os trabalhos dessa forma; o Presidente não é
Líder de Bancada, nem de Governo, é Líder da Casa, como Presidente. Então, vou
suspender a Sessão por quinze minutos e esperar que venha uma proposta, porque
não podem, sobre o mesmo tema, três ou quatro Vereadores ter propostas
diferentes.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h23min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 16h44min):
Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão.
Consulto os Srs. Líderes no sentido de se há alguma manifestação a mais, ou se há algum acordo para votação das emendas, além daquelas cinco. (Pausa.) Em não havendo nenhuma manifestação, cabe a esta Presidência encaminhar as votações.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nós estamos
buscando o consenso num acerto de números, que são sempre muito difíceis, para
que depois não nos arrependamos de algum equívoco. Então pediríamos um pouco
mais de paciência, pois o meu Secretário ad hoc está atuando.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Nós abrimos a
Sessão às 14 horas, agora são 16h45minutos, e votamos uma emenda. Eu fui
tolerante durante todo esse tempo, suspendendo a Sessão mais de uma vez. Quero
dizer que barco que não sabe aonde quer chegar, o vento pode ajudar
barbaramente a não chegar a lugar nenhum. É o que eu estou enxergando neste
Plenário. E não é em relação ao Ver. Dib, estou vendo que há enormes
dificuldades na condução dos acordos. Este Presidente, ao constatar isso, acha
que é mais razoável votarmos uma por uma, já teríamos votado quatro ou cinco
emendas.
O SR. LUIZ BRAZ: Na verdade, já
votamos mais que uma emenda. Votamos seis de uma vez só. Votamos cinco Emendas,
foi retirado o destaque...
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não, não. O
destaque não foi retirado ainda.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu ia
perguntar isso. O Ver. Valter já tirou o destaque?
O SR. LUIZ BRAZ: Mas o Ver.
Valter tem acordo para retirar o destaque.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu não entendi
como retirada de destaque.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, talvez seja um pouco complicado. Mas nós vamos votar um bloco
grande de emendas. Não vai acontecer como ontem, quando discutimos uma Emenda
que falava em plebiscito, e nove Vereadores falaram, e o plebiscito é
praticamente inviável. Nós vamos votar um bloco grande; agora, de repente, se
trocarmos um número, vai dar uma confusão maior. É preciso um pouquinho
mais de cuidado, alguns minutos a mais, e votaremos, talvez, cinquenta emendas
de uma só vez.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
o Ver. Valter Nagelstein não só não retirou os destaques como é o Governo que
não está dando acordo para votarmos em bloco todas as Emendas consensualizadas
na Comissão; que fique muito claro, é o Governo na figura de seu Secretário e
do seu Líder do Governo.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, Ver. Toni, vejam o seguinte: a retirada de destaque é um ato
unilateral, não cabe ao Presidente decidir. Se chegar à Mesa a retirada de
destaque antes de a Emenda ser votada, eu só tenho que acolher a solicitação.
Então, solicito ao Ver. Valter Nagelstein que proceda à retirada de destaque na
forma regimental, e automaticamente as Emendas estarão aprovadas. É só isso. A
sua assessoria pode fazer chegar um Requerimento aqui dizendo: “Solicito a
retirada do destaque das seguintes emendas...” Bom, essas Emendas não irão mais
à votação.
O SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, da mesma maneira os autores dos outros destaques: mesmo quando for
chamada à votação, se quiserem retirar o destaque, podem retirar na hora, e
está superada a votação. Portanto, o consenso pode se estabelecer chamada por
chamada, de cada Emenda, sem nenhum problema. Vamos tocar a Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Já
está chegando o Requerimento, eu vou fazer a leitura da retirada de destaques
das seguintes emendas, já assinadas pelo Líder do Governo: Emenda nº 57, do
Ver. Engenheiro Comassetto, portanto esta Emenda está aprovada; Emenda nº 58,
do Ver. Engenheiro Comassetto, também o Líder do Governo retira o destaque,
esta Emenda está aprovada; Emenda nº 87, de autoria do Fórum das Entidades;
esta Emenda, retirado o destaque, está aprovada.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, a Emenda nº 58... Há a Emenda nº 218, construída pelo Ver. Oliboni,
que é exatamente igual... Portanto, aprovaríamos as duas.
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sim, mas
Emenda nº 218 é exatamente igual; assim já matamos a Emenda nº 218.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, a Emenda nº 57, do Ver. Comassetto, é a mesma que a Emenda nº 218.
Inclusive, tínhamos acordo para aprovarmos a Emenda. Então, em aprovando as
duas, com certeza os trabalhos avançam.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quem destacou
a Emenda nº 218? Valter Nagelstein, ela tem o mesmo teor da Emenda nº 57? Bom,
se for do mesmo teor e se o Vereador retirar o destaque, ela será considerada
aprovada, e, depois, a Redação Final há de resolver essa matéria. Ver. Valer
Nagelstein, por favor! Eu vou fazer novamente a leitura. Estou lendo a retirada
de destaque, uma posição que quem destacou a Emenda pode ter, portanto está
feita, transitada em julgado. (Lê.) “Emenda nº 57, retirado o destaque; Emenda
nº 58, retirado o destaque; Emenda nº 87, retirado o destaque; Emenda nº 170,
retirado o destaque”. Portanto, isso está transitado em julgado, está assinado
e sumulado.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sim.
Exatamente, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agora vamos por
parte. Essas estão resolvidas. Quero saber se há alguma outra solicitação de
retirada de destaque. Verª Maria Celeste, V. Exa havia destacado
aqui. Quem é que destacou a Emenda nº 218? Ver. Valter Nagelstein, V. Exa
retira o destaque também da Emenda nº 218? (Pausa.) Vamos aguardar a leitura;
continuaremos a votação. Neste momento, estamos no aguardo da produção de novos
acordos.
Em votação a Emenda nº 64, destacada, ao PLCE nº
008/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 64, destacada, ao PLCE nº 008/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
eu vou fazer desta intervenção uma proposta de encaminhamento. É uma pena que
estejamos enfrentando, Vereador-Presidente, uma a uma as Emendas para as quais
construímos consenso na Comissão. É possível construirmos um bloco ainda. Nós
acreditamos nisso.
O Ver. Valter chega hoje e ainda desrespeita a
Vereadora na tribuna. Eu fiquei impressionada com isso. O que eu ia propor é
que pudéssemos pular as emendas votadas por consenso e votar uma a uma as de
dissenso, as que foram por maioria, para não perdermos a tentativa que estamos
fazendo de construir um bloco das consensualizadas, porque, se há emendas com
possibilidade de serem votadas em bloco, são as
consensualizadas. Não há por que entrarmos, uma a uma, nessas emendas, uma vez
que elas estão em análise, eu creio; a não ser que o Governo já tenha terminado
aqui sua discussão com os Vereadores. Fica aqui a minha proposta, acho que
fizemos um enorme esforço na Comissão, tivemos muitas divergências, muitas!
Portanto, as poucas emendas consensualizadas são emendas muito trabalhadas, são
emendas muito discutidas, são emendas que tiveram aprovação nas várias
Relatorias; senão, não votaríamos por consenso. Disputamos muita coisa na
Comissão, então elas tinham que ter um crédito maior, e não é isso que estou
vendo.
A Emenda nº
64, do Ver. João Bosco, trabalha as questões do Anexo 11.1, trata de uma
mudança pequena em relação aos Projetos de 1º Grau. Nós entendemos que ela não
traz uma mudança tão grave que não se possa construir consenso. Trago de novo a
observação, Ver. Braz, do Vereador-Presidente, que disse que quem não sabe
aonde quer ir, nem o vento ajuda. Eu fico incomodada porque a Bancada de
oposição sabe aonde quer ir, sabe! O que nós enxergamos aqui, diante de um
movimento positivo das Bancadas, é um Governo que entra tardiamente na
discussão e aí, inclusive, anula construções boas da Câmara de Vereadores. Para
todos os que fazem aqui o apelo de que não pode ficar bloqueando, Ver. Mauro, o
que é oposição, o que é situação... É um espanto que a gente não consiga honrar
o que construímos nessa mediação dialogada na Comissão Especial!
Olha, o Ver. Braz
acha que ainda vamos conseguir, não é? Então, volto a propor, Ver. Braz, que,
ao enfrentarmos uma a uma, não enfrentemos as de consenso, uma a uma; que a
gente pule para as de dissenso já, para que as de consenso venham a formar um
futuro bloco. Eu gostaria que V. Exa me ajudasse nesse
encaminhamento, Vereador-Presidente, porque fazer um bloco em relação àquelas
que nós divergimos vai ser muito difícil. Eu faço esse encaminhamento. A Emenda
do Ver. Bosco, na nossa opinião, pode ser aprovada por consenso, porque foi
assim que a tratamos na Comissão Especial.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente,
para as Emendas em que há consenso, se houver contrariedade, que o Vereador se
manifeste.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
Comassetto, não há consenso nessa matéria. Se houvesse consenso, não teria
havido encaminhamento.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Desculpe-me, eu
entendi...
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não, não há
consenso. Nós estamos em procedimento de votação.
Em votação nominal, solicitada por este
Presidente, a Emenda nº 64, destacada, ao PLCE nº 008/07. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADA por 25 votos SIM; 04 votos NÃO;
01 ABSTENÇÃO.
O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente,
solicito a retirada de outros destaques. Eu só precisaria que V. Exa,
juntamente com a Secretaria da Mesa, com o nosso Diretor, verificasse os
destaques das Emendas nºs 65, 68, 87, 218, 220, 243, 282, 283, 345 e
395.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente,
nós retiramos o destaque da Emenda nº 176, de minha autoria. Solicito dois
minutos para verificação dessas Emendas, para continuarmos a votação, se for
possível.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente,
o Líder do Governo, até agora, veio a este microfone e retirou vários
destaques. Eu solicitaria que a oposição, que também tem várias Emendas
destacadas, pudesse fazer um esforço de estudar essas Emendas, para que
possamos progredir mais, eu tenho certeza de que isso vai acontecer.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado.
Ver. Valter, nas Emendas que V. Exa
solicitou retirar destaque, há uma que não foi V. Exa quem destacou.
A Emenda nº 68, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, foi destacada pelo Ver.
Mauro Pinheiro, e a Emenda nº 243 pelo Ver. Beto Moesch. Essas não dão para
retirar. Portanto, tem que partir deles a retirada dos destaques. Eu faço uma retificação
na leitura do pedido de destaque. Srs. Vereadores, eu peço atenção, para que
depois não haja confusão. Há um novo pedido de retirada de destaques feito pelo
Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein. O Requerimento solicita a retirada de
destaque das Emendas nºs 57, 58, 87, 170, 218, 65, 220, 282, 283 e
345. A Emenda nº 282 é do Grupo Hospitalar Conceição; aplausos ao Grupo
Hospitalar Conceição, pois acaba de ser aprovada a sua Emenda.
Se foi o Ver. Reginaldo Pujol quem destacou, ele
é que tem que solicitar a retirada do destaque. Se o Ver. Reginaldo Pujol
assinou junto... A Emenda nº 395 é assinada pelo Ver. Reginaldo Pujol, que
também foi o autor do destaque.
Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão,
para que a Diretoria Legislativa possa reorganizar os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h05min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 17h12min):
Estão
reabertos os trabalhos.
Eu sei que a Verª Maria Celeste está trabalhando
nesta direção, mas eu quero dizer à Diretoria Legislativa, a todos os
funcionários que trabalharam no Plano Diretor, à Rosane, que é preciso
materializar, Ver. João Dib. Eu tenho ouvido dos Vereadores: “É unanimidade?”,
“Não! Nesta matéria não foi unanimidade, houve três votos contra...” Então, é
preciso saber o que é unanimidade e o que não é. Solicito à Rosane e aos
funcionários do Plano Diretor que tragam a esta presidência e aos demais
Vereadores o que é que foi realmente de consenso, materializado.
Em votação a Emenda nº 82, destacada, ao PLCE nº
008/07. (Pausa.) O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 82, destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, é muito simples a razão. Primeiro, porque nós
consensualizamos aqui na Câmara no sentido de que a votação do Cais do Porto
seria em regime próprio, apartado da votação do regime urbanístico do Plano
Diretor da Cidade, que nós estamos votando. Por acordo, designamos o Ver.
Ferronato como Relator da matéria. (Lê.) “A Emenda tem o objetivo de
acrescentar, como inciso VIII e parágrafo único, o conjunto do Cais do Porto
como área de revitalização. Trabalha como parte de carga e descarga fluvial
articulada [...]”, e aí vai avançando no conceito, Sr. Presidente. E diz, lá
pelas tantas, no parágrafo único, o que nos parece uma absoluta impropriedade,
Ver. Adeli Sell, que é Secretário da nossa Frente Parlamentar pelo Cais Mauá e
que tem conhecimento de questões urbanísticas. Diz parágrafo único diz o
seguinte: “Os recursos auferidos pela contrapartida dos permissionários do Cais
Mauá reverterão integralmente para um fundo, a ser regulamentado em lei, com a
finalidade de promover investimentos no desenvolvimento do complexo estrutural
de carga e descarga fluvial”.
Ora, basta lermos o parágrafo único para vermos
que há uma impropriedade técnica aqui, que não é matéria que precisa e nem deve
estar aqui no Plano Diretor. Isso é matéria que vai ser regulamentada no
momento certo, vai ser discutida quando da votação do Projeto do Cais do Porto,
Ver. João Dib, e depois no Governo do Estado, a quem compete o arranjo
institucional do modelo de concessão, que será ou de arrendamento, ou de PPP,
ou de autorização, ou de permissão; aí sim é essa questão ficará definida, mas
não aqui. Então, Sr. Presidente, é única e tão somente por essa questão - pela
sua inépcia, pela sua impropriedade técnica - que estamos nos posicionando
contra a matéria, dizendo que ela não pode ser aprovada e orientando os
Vereadores da base do Governo pela rejeição. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda
Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 82,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente,
em primeiro lugar, temos que saudar a presença do Líder do Governo, Ver. Valter
Nagelstein, que pode explicar a origem dos destaques. Isso é fundamental e fez
falta durante o dia de ontem, durante as cinco Sessões, quando passamos por
maus bocados, porque faltou explicação sobre seus destaques. Verdadeiramente,
fico satisfeita, porque esclarece o debate saber a origem de cada destaque.
Quero saudar também os Vereadores pela iniciativa de fazerem um acordo, de
aprovarem e retirarem Emendas cujo debate já houve, ou que são passíveis de
consenso nesta Casa.
Entretanto, sobre o tema do Cais Mauá, sobre a
Emenda nº 82, do Fórum, nós, do PSOL, acreditamos que não podemos confundir
“alhos com bugalhos”. Por que digo que o Vereador confunde “alhos com
bugalhos”? O objetivo da Emenda do Cais Mauá, proposta pelo Fórum, na verdade,
é incluir trechos do Cais do Porto da nossa Cidade como áreas necessárias de
revitalização; esse é o objetivo da Emenda. O Ver. Airto Ferronato, Relator da
Relatoria IV, que trabalhou com o tema do Cais do Porto, fez e retirou diversas
Emendas que tinham projetos para o Cais. Havia o projeto do centro de
juventude... O Ver. Airto Ferronato apresentou uma série de projetos
interessantíssimos, retirados durante a Comissão Especial para serem apresentados
no Projeto Cais Mauá, porque aí se debateria o objeto, ou seja, os objetivos do
projeto, o que pode e o que não pode.
A Emenda do Fórum, na verdade, não diz isso; ela
coloca no art. 86 o inciso VII, que inclui como área de revitalização o
complexo estrutural de carga e descarga fluvial, que tem o
seu terminal localizado no Cais Navegantes, parte operativa do complexo
portuário, contemplando a ampliação de sua capacidade, assim como a manutenção
e ampliação da malha viária disponível para o seu escoamento. É uma Emenda
bastante simples, mas inclui o Cais como área de revitalização, não fazendo o
debate ainda, que será feito nesta Casa, sobre o que pode e o que não pode ser
construído no Cais Mauá, sobre a importância de se manter os armazéns, que são
patrimônio histórico, com garantia de serem usados nas atividades culturais da
Cidade, como a Bienal e a Feira do livro, porque nem isso está previsto no
Projeto do Governo.
E queremos discutir
no Projeto Cais Mauá, quando vier, uma pretensa intenção de construir um shopping
ao lado da Usina do Gasômetro. Isso chegou aos meus ouvidos aqui na Câmara. Eu
espero que seja boato, Ver. Mauro Pinheiro, porque um shopping ao lado
da Usina do Gasômetro, sinceramente! Vão colocar uma atividade comercial que
não tem a ver com o respeito e a garantia da manutenção da característica
histórica da Torre?! Com todo o respeito aos shopping centers, que são
ótimos, mas que têm seus lugares para acontecer. Também vamos querer debater um
espigão, Ver. Pedro Ruas, de 100 metros que está proposto lá do lado da
Rodoviária, que é quase o dobro da altura máxima permitida em Porto Alegre,
quando o debate Cais Mauá chegar à cidade de Porto Alegre. E debateremos o
estacionamento com três mil vagas proposta naquela região, que já tem congestionamento
não só em horário de pico, Ver. Pedro Ruas; muitas vezes às 11h tem
congestionamento na Av. Mauá. E a proposta que nos chega é de um estacionamento
para três mil vagas num local em que o trânsito já está de maneira
insustentável, porque mais uma vez o problema da mobilidade urbana não está
sendo pensado.
Reitero que a
proposta original do Governo não fala quase nada com relação à mobilidade
urbana, colocando a retórica do planejamento e mais uma vez a prática do caos,
porque, se nós não planejarmos o crescimento ordenado da Cidade, com a
preocupação com o trânsito, certamente isso ficará insustentável em poucos
anos. Aliás, hoje vemos a matéria lamentável de que Porto Alegre perdeu o
metrô. Acho que nesse caso teremos que fazer um debate muito sério com o
Governo Federal, que está dizendo que passou o prazo. Teremos que debater isso,
porque o metrô é imprescindível para a cidade de Porto Alegre, como teremos que
fazer o debate com o Governo Fogaça para apresentar projetos.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Srs. Vereadores, em razão de o
nosso ar-condicionado estar com dificuldades, eu autorizo os Vereadores a
retirarem os seus casacos. Nós estamos providenciando ventiladores
imediatamente, a fim de facilitar os trabalhos aqui do Plenário.
A Verª Sofia Cavedon
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 82, destacada, ao
PLCE nº 008/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs.
Vereadores, esta Emenda trata do Cais do Porto, e nós enfrentaremos o Projeto
do Cais após a discussão do Plano Diretor. Eu acho que ela já antecipa um pouco
desse debate. Entendemos que o Cais do Porto, pelas características da sua
localização, pelo conjunto de significados que representa, pela localização estratégica,
por ser Área de Preservação Permanente, por ser Área de Preservação Cultural,
por ter uma intervenção numa área grande... É o típico Projeto que se
caracteriza como Operação Urbana Consorciada. E Operação Urbana Consorciada tem
várias implicações; ela, de fato, exige que o Poder Público coordene ações
entre usuários, iniciativa privada, cidadãos e as próprias políticas públicas,
no sentido de fomentar uma determinada área. O Estatuto da Cidade é
claro sobre o que deve constar numa Operação Urbana: definição da área,
programa básico de ocupação, programa de atendimento econômico social para a
população afetada pela operação, finalidades da operação, Estudo Prévio de
Impacto de Vizinhança. Vejam, uma das questões que vamos ter que debater e
muito aqui é o impacto viário de um projeto como o do Cais do Porto. Nós temos
a Av. Mauá muito conflagrada, a Av. Castelo Branco... O Ver. Nedel sacode a
cabeça como se as avenidas não estivessem conflagradas.
(Aparte
antirregimental do Ver. João Carlos Nedel.)
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Ah, muito bem, Ver. Nedel, eu sabia que V. Exa
olhava de um ponto de vista diferente do meu.
Então, ao discutir
essa Operação Urbana do Cais, nós temos de prever, através do Impacto de
Vizinhança, o impacto nos arredores. Hoje a Cidade não tem condições de colocar
duzentos, trezentos apartamentos, e ali há a proposta de mais de mil vagas para
estacionamentos, sem uma modificação no sistema viário do Centro da Cidade; eu
não consigo enxergar. E o projeto de lei não fala nisso. Então, esta Emenda
atende a vários itens para o Cais, para o que seria uma Operação Urbana. Um
deles, que é a discordância do Ver. Valter, em nome do Governo, é a questão dos
recursos obtidos pelo Poder Público que devem retornar àquela área, ou seja,
caso se faça uma Parceria Público-Privada, pois ali é uma concessão, ela tem
que ter o objetivo de recuperar a área, e não o objetivo de lucro do parceiro.
Tem que haver, de fato, o objetivo de revitalização. É isso que está prevendo
esta proposta do Plano Diretor. Neste momento, poderia não ser a criação de um
fundo, vai um pouco além. Talvez tenhamos que prever isso na lei específica do
Cais. Mas, ao trazer a ideia da alteração urbana, ela coloca cuidados
importantes para a disponibilização e revitalização da área do Cais do Porto.
Portanto, somos pela aprovação.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Peço um pouco
mais de silêncio no Plenário. Vereadores e Assessores, especialmente,
contribuam com a presidência, pois nós temos uma longa Sessão pela frente. Há
um Vereador aguardando na tribuna.
O Ver. Airto Ferronato
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 82, destacada, ao
PLCE nº 008/07.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores presentes,
nossos telespectadores e ouvintes, ontem, praticamente em todas as intervenções
que fiz, falei sobre questão da formatação da proposta que aqui chegou, ou
seja, as Emendas rejeitadas foram destacadas em grande quantidade, e, de outro
lado, as Emendas aprovadas foram também destacadas em grande quantidade. Eu
acredito que uma proposta extraordinariamente sensata é a do Ver. João Dib, que
propõe a retirada do destaque ao menos daquelas Emendas que obtiveram consenso.
Está se caminhando por aí, mas ainda não se chegou a uma definição. Eu também
dizia ontem que as Emendas rejeitadas e não destacadas pela situação foram -
todas elas - mantidas na questão da rejeição. Foi destacada por Vereador, que
não da lista do Líder do Governo, e foi mantida a rejeição, salvo raras
exceções.
A coisa se encaminha - desde ontem, eu falava
também - da seguinte maneira: as Emendas aprovadas e destacadas pelo Líder do
Governo têm uma forte probabilidade de serem rejeitadas. Por quê? Pela
composição do número de Vereadores da base do Governo. Respeitando essa
composição majoritária, acho que, ao menos, a ideia do Ver. João Dib seria
sensata. Eu disse ontem que, na maioria dos casos, em razão dessa minha
proposta, eu estaria disposto a votar sim naquelas Emendas aprovadas em
referência ao trabalho que fizemos, todos nós, na Comissão. Agora, com relação
à Emenda nº 82, eu vou votar contrariamente, Verª Fernanda, deixando de lado,
inclusive, a questão de analisarmos agora ou mais tarde, junto com o Projeto -
eu, particularmente, acho que pode e deve ser junto com o Projeto. Na verdade,
essa área do Porto está, inicialmente, sob o comando da União, é um porto. A
propriedade passou para o Estado, é uma cedência, e o Município legisla sobre
os requisitos máximos e mínimos que ali serão permitidos. Salvo muito pouco
recurso, a esmagadora maioria dos recursos que adviriam dessa concessão
pública-privada seriam recursos pertencentes ao Estado. Portanto, vamos dizer
assim: o titular, aquele que vai ganhar a licitação, vai contribuir, pagar
valores para o Estado e não para o Município. Então, pela nossa visão,
votaremos contrariamente a esta Emenda. E para registrar: usei exatos quatro
minutos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Nelcir
Tessaro está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 82,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste, quero dizer, primeiramente, que tenho a opinião particular de que as
Emendas aprovadas em consenso deveriam ser aprovadas por este Plenário. Mas
venho discordar em relação a esta Emenda, embora ela tenha sido aprovada em
consenso pelos treze Vereadores que compõem o nosso grupo do Plano Diretor. Ela
é inexequível. Por quê?
Eu não sou contra a revitalização do Cais do
Porto, eu acho ótima a Emenda quanto à sua amplitude, quanto ao seu trabalho,
porque ela pode fazer com que haja uma perfeita realização, manutenção e
preservação do entorno do Cais do Porto e também do complexo de cargas, que
será desenvolvido e ampliado lá no Navegantes. Mas nós não podemos permitir ou
interferir em fundos, em recursos da União, quando aqui falamos (Lê.):
“Parágrafo único - Os recursos auferidos pela contrapartida dos permissionários
do Cais Mauá reverterão integralmente para um fundo, a ser regulamentado em
lei, com a finalidade de promover investimentos no desenvolvimento do complexo
estrutural de carga e descarga fluvial”. Nós entendemos e sabemos que todos os
recursos ali auferidos são da União, a Superintendência de Portos Fluviais
administra o Cais do Porto integralmente, e o Estado tem uma concessão, não é
proprietário daquela área; então esses recursos somente poderão ir para a
União.
Assim, eu não posso concordar que haja a criação
de um fundo para arrecadação de recursos que sejam disponibilizados para o
desenvolvimento do complexo, pois quem tem a obrigação, sim, de manter o
desenvolvimento do complexo é o Estado. A Superintendência dos Portos
fiscaliza; o Estado é que tem a concessão, tem a obrigação. Nós, o Município,
não podemos intervir e buscar esse recurso para outra finalidade. Assim, eu
quero dizer que estamos aqui encaminhando pela rejeição da Emenda, em função do
vício que aqui se põe, da criação desse fundo, e de nós trabalharmos com
recursos que não são do Município, nós não podemos intervir. Ver. Airto
Ferronato, eu gostaria de usar os meus três minutos e os usei. Obrigado, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Mauro
Zacher está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 82, destacada,
ao PLCE nº 008/07.
O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente,
Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, antes de
encaminhar a Emenda nº 82, eu queria fazer uma saudação especial a todos os
Vereadores pelo trabalho, que se estendeu até às 3 horas da manhã de hoje.
Quase todos os Vereadores, corrige-me o Ver. Mauro Pinheiro. Aqueles que não
estavam justificaram a sua ausência e merecem a nossa consideração.
Também quero justificar que estamos tentando
construir com a base do Governo, com a oposição, com toda a Casa, a
possibilidade de avançarmos na votação dos consensos. Eu quero dizer aqui que
temos uma enorme dificuldade, porque os consensos nem sempre foram consensos,
parece-me, mas há uma informação ali de que é possível que a gente construa.
Inclusive, quanto à Emenda nº 82, houve consenso na Comissão. Então, por nossa
parte, há pelo menos a intenção de que aquilo que a Comissão produziu, ao longo
dos meses deste ano, seja votado em bloco, porque essas emendas já tramitaram,
já foram discutidas; embora destacadas, podemos aprová-las em respeito ao
trabalho de todos os Vereadores que trabalharam. Faço a ressalva de que há uma
grande dificuldade de encontrar aquelas emendas que, realmente, foram consenso
e não aprovadas pela maioria.
A
Emenda nº 82, proposta pela ex-Vereadora e nossa colega Neuza Canabarro, na
verdade, é uma proposta apresentada pelo Fórum de Entidades, o qual a Vereadora
presidia, já foi dito pelos que me antecederam. Acho que o óbice jurídico desta
Emenda é que nos leva, então, a reprová-la. Trata-se do Projeto do Cais do
Porto, que tem merecido uma atenção muito especial de todos nós, inclusive já
tramita na Casa. O que cabe a nós, Vereadores, é justamente estabelecer o
regime urbanístico dessa área, que é tão privilegiada, tão desejada por nós
porto-alegrenses. Então, que seja revitalizada, que possa realmente ter o
acesso do público, que seja um grande espaço cultural, artístico, de acesso a todos,
e que traga um grande conteúdo turístico para aquela região. Na verdade, o
que nos impede de aprovar esta Emenda é a dúvida que tenho de que ela tenha
sido consensualizada, porque não me foi dada a lista das emendas com consenso.
A Verª Maria Celeste está fazendo um trabalho através das cópias taquigráficas,
assim poderemos ter certeza daquelas que foram consensualizadas e, a partir
daí, dar continuidade e respeito ao trabalho exaustivo que a Comissão teve.
O que cabe a nós, Vereadores, é definir o regime
urbanístico. É evidente que, já dentro da legislação do Plano Diretor, os
Conselhos e os fóruns de discussões irão definir as contrapartidas, pois a
comunidade tem participação. Por se tratar de uma Emenda que trará óbice
jurídico, a Bancada do PDT irá votar contra, embora respeitando a boa intenção
do Fórum de Entidades, presidido pela ex-Vereadora Neuza Canabarro. Em cima
desse óbice legal, é que nós recomendamos o voto contrário à Emenda nº 82.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras e os que nos acompanham pela TV Câmara, a Emenda nº 82 é de autoria
do Fórum de Entidades, coordenado na época pela Verª Neuza Canabarro. E eu
entendo que quem dá regime a todas as áreas, a todas as propriedades é o
Município, ele é o poder normatizador, portanto entendo legal e pertinente a
matéria. A Emenda diz (Lê.): “Art. 86 Ficam identificadas [...] as seguintes
Áreas de Revitalização:” - porque o sentido todo é a revitalização do Cais Mauá
- “VII - Complexo estrutural de carga e descarga fluvial, que tem seu terminal
localizado no Cais Navegantes, parte operativa do complexo portuário,
contemplando a ampliação da sua capacidade, assim como a manutenção e
qualificação da malha viária disponível para o seu escoamento. Parágrafo único
- Os recursos auferidos pela contrapartida dos permissionários do Cais Mauá
reverterão integralmente para um fundo, a ser regulamentado em lei, com a
finalidade de promover investimentos no desenvolvimento do complexo estrutural
de carga e descarga fluvial. Justificativa: A presente proposta de emenda foi
apresentada pelo Sr. Paulo Guarnieri, representante da Associação de Moradores
do Centro de Porto Alegre. A função portuária é tão importante para a Cidade,
que se constitui em seu próprio nome” - ou seja, o nascedouro da Cidade. Continuo
(Lê.): “A movimentação de carga portuária, por si só se constitui em indicativo
importante da pujança econômica do Município e do Estado. Há muito, Porto
Alegre perdeu essa referência e, desde então, só tem minguado. É importante
valer-se de iniciativas de sucesso ocorridas em outros portos, sem, no entanto,
perder de vista a função portuária e utilizando todos os meios para resgatá-la
e valorizá-la.”
Esta Emenda, aqui apresentada pela Verª Neuza
Canabarro, tem este objetivo: a revitalização do Cais Mauá; um cais que, se
sabe, tem outras atividades, tem outras finalidades. Agora tivemos ali a
Bienal, a Feira do Livro, atividades culturais, mas o porto precisa de
investimentos. O porto é um grande gerador de recursos, de economias, e essas
economias devem ser aplicadas, sim, nessas áreas, porque são pontos importantes
para a revitalização do Centro da Cidade, um investimento que faz parte da
vida, da natureza e da dinâmica da Cidade. É para isto que estamos aqui: para
apoiar a Emenda, contrariamente aos que disseram que, por ser uma área federal
concedida ao Estado, o Município não teria que interferir. Tem, sim; ele tem a
obrigação de interferir, porque quem dá o regime urbanístico, quem organiza as
atividades é o Município. Portanto, está adequada a Emenda. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 82,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero caminhar na
mesma trilha do Ver. Mauro Zacher, especialmente na trilha do Ver. Airto
Ferronato. Não se discute se o Município pode ou não pode determinar o regime
urbanístico da área - claro que pode -, o que se discute é se o Município pode
instituir fundo com recursos arrecadados por concessionários do Estado e dispor
sobre eles. Seria bom que pudéssemos fazer isso, mas não podemos, e a Emenda só
se realiza com essa medida. O Ver. Ferronato conhece essa matéria como poucos.
Veio aqui e deixou muito claro que é impossível isso acontecer. Há uma
impossibilidade jurídica de realização dessa Emenda, e nós não podemos colocar,
dentro do Plano Diretor, Ver. Toni, uma impossibilidade jurídica. Passou por
nós despercebido esse aspecto? Provavelmente. Envolvidos na ideia de
revitalizar a atividade portuária, não observamos que a Emenda só se
complementaria com essa disposição, como efetivamente ocorre. Por isso, Ver.
Ferronato, quero cumprimentar V. Exa pela clareza da sua exposição.
Para mim não resta nenhuma dúvida de que cometemos um equívoco na Comissão
quando aprovamos. Esta Emenda deve ser rejeitada, porque há uma impossibilidade
de ordem jurídica para a sua realização.
Ainda há pouco eu falava com o Ver. Dr. Thiago
no sentido de que as boas ideias são mal expressas e, quando mal expressas,
ficam comprometidas. É o caso aqui. Não está bem claro; quando da discussão na
Temática IV, eram identificados problemas referentes à Técnica Legislativa,
compreensão que precisava ser aprofundada na sistematização com os demais
Relatores. Não ocorreu essa sistematização, não ocorreu essa integração, esse
diálogo entre os vários Relatórios que surgiram, e naturalmente isso acabou
gerando uma aprovação equivocada, e agora é o momento de ela ser corrigida. Obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerramos os
encaminhamentos.
Em votação nominal,
solicitada por este Presidente, a Emenda nº 82, destacada, ao PLCE nº 008/07.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM;
22 votos NÃO.
Pergunto aos Srs. Líderes se há alguma definição
sobre os acordos?
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, nós queremos anunciar a retirada dos destaques das seguintes
Emendas: Emenda nº 176, do Ver. Brasinha, destacada por esta Vereadora; Emenda
n° 68, do Ver. Haroldo de Souza, destacada pelo Ver. Mauro Pinheiro; Emenda n°
362, do Ver. Pujol, destacada pela Verª Sofia Cavedon; Emenda n° 417, do Ver.
João Pancinha, destacada por esta Vereadora; Emenda n° 419, do Ver. Paulinho
Ruben Berta; Emendas n°s 424, 426, 427 e 428, do Ver. Valter
Nagelstein; Emenda n° 243, do Ver. Mauro Zacher, destacada pelos Vereadores
Mauro Pinheiro e Beto Moesch, sobre a qual há necessidade de se verificar da
sua manutenção ou não, uma vez que o Governo anunciou a retirada de destaque
dessa Emenda.
Eu queria dizer que o esforço que nós estamos fazendo com certeza vai otimizar os trabalhos. Nós levamos 30 minutos para votar uma Emenda, e, com certeza, com a retirada de dez destaques, vamos economizar, no mínimo, três horas de discussão neste Plenário. Obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Verª
Maria Celeste.
Em
relação à Emenda nº 362, Ver. Valter Nagelstein, eu pergunto se V. Exa
dá ocordo, porque V. Exa também fez o destaque. Também na Emenda n°
243, se o Ver. Beto Moesch der acordo, por favor, assine o Requerimento com a
Verª Maria Celeste. Eu peço que o Líder do Governo nos dê retorno sobre o
destaque da Emenda nº 362. Nós estamos, neste momento, tentando chegar a um acordo,
Ver. Brasinha, porque a Líder da Bancada do PT, Verª Maria Celeste, retirou
destaque de dez Emendas. Ver. Valter, estamos de acordo?
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente,
esta Emenda me parece, salvo melhor juízo, que é uma Emenda da Área de Interesse
Cultural. (Pausa.) Não houve anúncio da Emenda nº 362.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, eu acho que há um equívoco aqui na numeração, nós não anunciamos
esta Emenda do Ver. Valter Nagelstein. Estamos retirando destaque das seguintes
Emendas de autoria do Ver. Valter: Emendas nºs 424, 426, 427 e 428.
É dessas quatro Emendas de autoria do Ver. Valter Nagelstein que nós estamos
retirando os destaques. (Pausa.) Ah! Talvez seja uma que o senhor tenha
destacado, então.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Vereador não
é o autor da Emenda nº 362, mas é autor do destaque? Vossa Excelência não
destacou?
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente,
se me permite, a Emenda nº 362, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, está
destacada pela colega Verª Sofia Cavedon e pelo Ver. Valter Nagelstein. De
nossa parte, nós estamos retirando o destaque.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Mas é isto que
eu estou perguntando: o Ver. Valter Nagelstein retira ou não o destaque?
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Falta a
retirada do destaque do Ver. Valter para ela ser aprovada.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Mas é isso que
eu pergunto, pela quinta vez, ao Ver. Valter Nagelstein; caso contrário, eu vou
dar continuidade.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu vou lhe
pedir dois minutos em relação a essa Emenda. Já aproveito para pedir, Vereador,
que inclua, naquele Requerimento que fiz, a Emenda nº 279, a retirada do
destaque da Emenda nº 279. Quero só consignar que retiramos o destaque da
Emenda do Hospital Conceição, ou seja, permitindo, Ver. Comassetto, que seja
feita a ampliação.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Os Vereadores,
então, façam o seu Requerimento devido. Eu aguardo, por um minuto, V. Exa
me dar o retorno.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Infelizmente,
não vou precisar utilizar a sua generosidade do um minuto. Infelizmente, não
posso retirar o destaque desta Emenda, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vossa
Excelência não retira.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Referente à Emenda nº 362.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Então, apesar da
retirada do destaque do Partido dos Trabalhadores, a Emenda nº 362 permanece
com o destaque do Líder da situação, Ver. Valter Nagelstein.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente,
eu queria dar um elogio à Bancada do Partido dos Trabalhadores pelo bom entendimento
de querer retirar os destaques das Emendas.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Todo o mundo
está colaborando aqui, e V. Exa também, obrigado. Assim, chegado o
acordo, cabe à Mesa Diretora apregoar a retirada de destaque das seguintes
Emendas; por favor, anotem Sras Vereadoras e Srs. Vereadores: Emenda
nº 68, Emenda nº 176, Emenda nº 417, Emenda nº 419, Emenda nº 424, Emenda nº
426, Emenda nº 427, Emenda nº 428 e Emenda nº 243. Em relação à Emenda nº 362,
apenas houve a retirada de destaque por parte do Partido dos Trabalhadores.
Acordo assinado pela Líder da Bancada do PT, Verª Maria Celeste, e pelo Ver.
Beto Moesch, da Bancada do PP.
Em votação a Emenda nº 103, destacada, ao PLCE
nº 008/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a
votação da Emenda nº 103, destacada, ao PLCE nº 008/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
de quem é o destaque dessa Emenda?
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O destaque é do
Ver. Valter Nagelstein.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Valter, eu não entendo qual é a
contrariedade que o Governo pode ter com essa Emenda, porque é uma Emenda que
inclui um parágrafo único ao artigo que fala da implementação da estratégia de
qualificação ambiental em Porto Alegre. E aí diz quais são as estratégias, as
estratégias de qualificação. Diz o que no parágrafo único? Diz que as funções
anteriormente elencadas serão realizadas pelo Sistema Municipal de Meio
Ambiente, conforme artigos 4º e 5º da Lei Complementar nº 369, de 1996. Ora, o
Sistema Municipal do Meio Ambiente, Vereadores e Vereadoras, compõe, com
certeza - aqui o Ver. Beto sabe melhor do que eu -, a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente, o Conselho Municipal de Meio Ambiente, cada uma das unidades que
a SMAM tem, porque é um sistema, e é um sistema que tem que dar conta dessas
diretrizes. O Fórum, inclusive, argumenta que não está colocando de quem é a
responsabilidade, ele resolve essa lacuna no Plano. Então, eu queria entender
por que o Governo destaca para rejeitar uma Emenda supertécnica, eu diria, no
sentido de que é tecnicamente o sistema que dá conta dessas diretrizes.
Vamos
lá, vou ler as diretrizes, porque não são funções, são diretrizes (Lê.): “I -
conceituação, identificação e classificação dos espaços representativos do
Patrimônio Ambiental [...]”. O Ver. Comassetto tem questionado: “Onde estão as
Áreas de Preservação Ambiental listadas, os morros?”, está faltando a cidade de
Porto Alegre ter essa construção realizada. Então, é conceituar, identificar e
classificar. Ora, o sistema tem que fazer isso! A Secretaria tem que propor um
conjunto de áreas representativas do Patrimônio Ambiental, e isso tem que
passar pelo Conselho, não há nada de estranho nisso.
Outra estratégia (Lê.): “II - valorização do
Patrimônio Ambiental como espaços diversificados na ocupação do território,
constituindo elementos de fortalecimento das identidades cultural e natural.”
Ora, é uma diretriz importante para a preservação do meio ambiente. (Lê.) “III
- caracterização do Patrimônio Ambiental como elemento significativo da valorização
da paisagem e da estruturação dos espaços públicos e, como tal, integrante do
Programa de Espaços Abertos; IV - promoção de ações de saneamento, de
monitoramento da poluição e de otimização do consumo energético.” São ou não
são diretrizes a serem desenvolvidas pelo Sistema Municipal do Meio Ambiente?
“Total”, diz o Ver. Todeschini, que entende da área. (Lê.) “V - Aplicação de
instrumentos urbanísticos e tributários com vistas ao estímulo à proteção do
patrimônio natural nas propriedades identificadas nos termos do § 3º do art.
32.”
Então, é a aplicação de instrumentos urbanos e
tributários para proteger o patrimônio. Ora, se isso tudo não é diretriz a ser
cumprida pelo Sistema do Meio Ambiente, eu não sei o que o Sistema do Meio
Ambiente faz, porque, dentro do sistema da Secretaria, estão os Conselhos,
estão as unidades de conservação, de preservação, etc. Então, parece-me que
este destaque - nem vou usar os cinco minutos - é completamente injusto, Ver.
Toni. Ver. Valter, acho que V. Exa evitaria várias falas retirando
este destaque, porque aqui não há nenhum prejuízo à gestão pública; ao
contrário, é muito pertinente às tarefas do Sistema Municipal de Meio Ambiente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 103,
destacada, ao PLCE nº 008/07, pela oposição.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente,
nós precisamos falar sobre essa Emenda, porque não dá para entender a
incoerência do Governo, Verª Fernanda, em destacar uma Emenda com esse teor;
Emenda apresentada aqui pela Verª Neuza Canabarro. A Verª Neuza deve estar nos
assistindo, ela foi uma grande Vereadora aqui nesta Casa, na Legislatura
passada. Vejam só o art. 17 (Lê.): “A implementação da Estratégia de
Qualificação Ambiental dar-se-á através de: I - conceituação, identificação e
classificação dos espaços representativos do Patrimônio Ambiental, os quais
deverão ter sua ocupação e utilização disciplinadas; II - valorização do
Patrimônio Ambiental como espaços diversificados na ocupação do território,
constituindo elementos de fortalecimento das identidades cultural e natural;
III - caracterização do Patrimônio Ambiental como elemento significativo da
valorização da paisagem e da estruturação de espaços públicos e, como tal,
integrante do Programa de Espaços Abertos; IV - Promoção de ações de
saneamento, de monitoramento da poluição e de otimização do consumo energético;
V - aplicação de instrumentos urbanísticos e tributários com vistas ao estímulo
à proteção do patrimônio natural nas propriedades identificadas nos termos do §
3º, do art. 32. Parágrafo Único - As funções acima elencadas serão realizadas
pelo Sistema Municipal do Meio Ambiente, conforme artigos 4º e 5º, da Lei
Complementar nº 369, de janeiro de 1996.”
Vejam só a importância do art. 17,
principalmente dos Incisos IV e V, que falam da promoção de ações de
saneamento, do monitoramento da poluição e da otimização do consumo energético.
Essas três questões são gigantescas e dizem respeito ao futuro não só da
Cidade, mas da humanidade também. Só que, para discutir, para ter efeitos na
questão ambiental, Ver. Dr. Raul, é preciso pensar globalmente e agir
localmente. Quando se propõem normas na Cidade no sentido de economizar
energia, de planejar melhor o consumo energético, balanceando melhor essa
questão toda, é com o objetivo de produzir, sim, efeitos que terão um
significado global. A questão da poluição, do exagero de uma economia fundada
no consumo de carbono, no consumo de combustíveis fósseis, como o carvão e o
petróleo, precisa ser repensada.
Mas quando isso vai ser pensado? Parece-me, Verª
Sofia, que aqui nós fizemos várias leis de natureza ambiental, porém até agora,
infelizmente - infelizmente! -, o Prefeito não fez absolutamente nada para que
elas aconteçam. Absolutamente nada! Porto Alegre vive uma paralisia e um
retrocesso. Sei e reconheço aqui os esforços do Ver. Beto Moesch; por seu
mérito particular, ele fez muitas coisas pelo meio ambiente, mas o Prefeito
Fogaça representa um retrocesso. Um retrocesso! Não há uma lei do meio ambiente
que tenha avançado; todas pioraram. Não há implantação, não há trabalho. A
qualidade do ar, que era monitorada, piorou; os programas foram
desconstituídos, foram abandonados. A Verª Neuza propõe, através do Fórum das
Entidades - legitimado, portanto -, medidas ambientais importantes para a
preservação da Cidade, para que façamos a nossa parte como responsabilidade
local e reflexo global. Nós fazemos a nossa parte, estamos aqui defendendo essa
Emenda, porque ela foi muito bem feita, apropriada, foi muito bem redigida e
aponta para mecanismos de avanço na questão da qualidade ambiental da Cidade,
ainda mais quando identifica, também, os mecanismos urbanísticos e tributários
para tanto. Obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda
Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 103,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu penso que estamos fazendo o
debate inverso. Nós deveríamos ter para nos basear, como Vereadores que
legislam para a Cidade, a razão do destaque, para melhor fazermos o debate
político.
Na verdade, a Emenda nº 103 incluiu, em um dos
seus parágrafos, a Lei Complementar nº 369, de janeiro de 1996, para que conste
no Plano Diretor de nossa Cidade. Conversava agora com o Maurício, um excelente
técnico que acompanha o Ver. Beto Moesch, sobre a importância da lei ao
legislar, ao determinar como se trataria o Sistema Municipal do Meio ambiente.
Venho aqui trazer a configuração do Sistema para que possamos fazer um bom
debate. É um sistema que abrange várias Secretarias do Governo - a de
Planejamento, o DMLU, a própria Secretaria Municipal do Meio Ambiente; vários
órgãos do Executivo - com objetivo de discutir a política municipal do meio
ambiente. Cria-se uma política municipal permanente que compõe um sistema de
órgãos públicos para debater temas vinculados ao ambiente em Porto Alegre. Então,
não é verdade que vai burocratizar, porque é um sistema já existente na
legislação e que se compõe por vários órgãos do Executivo.
E mais: eu não consigo entender por que o
Governo destacou essa Emenda. Na verdade, acaba-se com as ilhas, Ver. Toni Proença.
Parece que o DMLU tem uma gavetinha e debate o problema do lixo urbano nessa
gavetinha, como se não tivesse a ver com o meio ambiente; parece que o
Planejamento, que discute os projetos de impacto urbano, que discute as
construções, está lá na sua gavetinha e não debate o meio ambiente; parece que
só a SMAM debate o meio ambiente... Isso não é verdadeiro! Nós precisamos ter
uma visão sistêmica desses temas que envolvem as várias Secretarias e os vários
órgãos públicos. Ou nós não aceitamos a transversalidade das informações nos
debates relacionados ao meio ambiente? Ou nós não estamos avançando numa visão
mais interdisciplinar das ciências? As ciências são interdisciplinares. Por que
razão os órgãos que tratam diariamente de questões vinculadas ao meio ambiente
não podem ter um sistema, dentro do Plano Diretor da nossa Cidade, para debater
as questões relacionadas ao meio ambiente? Alguém vai ter que me explicar por
que o DMLU não tem a ver com o meio ambiente! Eu acho que tem, estão todos
interligados: sistema de coleta do lixo urbano, que tem a ver também com a
reciclagem, que tem a ver com os galpões, tem a ver com toda uma política de
reciclagem de material, que está vinculada, diretamente, à questão ambiental e
a todos os órgãos da Prefeitura. Então, eu acho que é meio lógico que esta
Emenda seja aprovada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Beto
Moesch está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 103,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, esta é uma Emenda que, na minha
opinião, é mais uma, das várias, Ver. Toni Proença, que deveria ser
consensualizada, porque é uma Emenda programática, de princípio. Digamos que
seja uma Emenda para botar uma peça no lugar certo, nada mais do que isso. E
podem perguntar: “Então, para que fazer a Emenda?” Eu respondo, Ver. Pedro
Ruas: por que rejeitar a Emenda? Se ela não é necessária, Ver. João Dib, por
que rejeitar? Ver. Sebastião Melo, Ver. João Antonio Dib, discutimos isto
antes: Parlamento que é Parlamento busca o consenso, e, quando não consegue, a
matéria vem para o debate, mas os argumentos precisam ser muito fortes para
serem contestados. Eu tenho que dizer aqui, com todo o respeito, que muitas Emendas
que foram rejeitadas ou que não foram consensualizadas o foram por falta
incrível de conhecimento técnico a respeito das mesmas. Impressionante!
(Palmas.)
Ver. João Antonio Dib, V. Exa, seja
como dirigente, como executivo, como Vereador, inclusive como Prefeito, há
tantos e tantos anos, deve lembrar. Eu não era Vereador quando foi votada e
depois promulgada a Lei Complementar nº 369, que instituiu o Sistema Municipal
do Meio Ambiente, a política municipal do Meio Ambiente e o Conselho Municipal
do Meio Ambiente, lei aprovada por unanimidade nesta Casa, e não poderia ser
diferente, porque dialoga com as legislações federal e estadual. Ora, o Sistema
é algo pouco virtual, não é um Conselho, não é uma Secretaria; prevê-se,
obviamente, como em qualquer outra cidade brasileira, que aspectos urbanísticos
devam, Ver. Ferronato, ser acompanhados pelo Sistema Municipal do Meio
Ambiente. E quem faz parte do Sistema? A Secretaria de Planejamento Municipal,
a Secretaria Municipal de Saúde, o Departamento
Municipal de Limpeza Urbana, o Departamento Municipal de Água e Esgotos, o
Departamento de Esgotos Pluviais e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente,
esse é o sistema. Portanto, o que se propõe aqui - a Emenda não é minha, é do
Fórum - é o diálogo da Lei Complementar do Plano Diretor com a Lei Complementar
nº 369. Só isso! É encaixar, é botar uma peça para que se encaixe no local, é
isso! Por que ser contra isso? É tão somente isso! Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está
com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 103, destacada, ao PLCE nº
008/07.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Eu tive um alívio enorme agora, a Verª Sofia disse
que não nos entende. Eu vi que realmente nós também não entendemos a Verª
Sofia! Então, é bom, mas é uma pena ao mesmo tempo, é uma pena! Eu fiquei muito
consternado com a fala da Verª Fernanda, quando ela manifestou sua alegria de
me encontrar hoje aqui no Plenário, pela minha ausência de ontem. Eu quero
dizer que, quando V. Exa não está presente, eu também sinto a mesma
tristeza, Verª Fernanda. Então, a sua ausência aqui me toca muito. Eu também
fico feliz quando V. Exa está presente no Plenário, V. Exa,
com sua postura aguerrida, forte, combativa e competente, dá uma luz muito
grande a este Plenário da Câmara de Vereadores.
Meu querido amigo
Ver. Beto Moesch, talvez a única dificuldade de aprovarmos esta Emenda, a razão
da sua rejeição, Ver. Toni, é que, quando nós somos focados num determinado
assunto - e é importante que haja Vereadores dedicados a temas tão relevantes
para a vida de todos nós, para o Planeta, como é a questão do meio ambiente -,
focamos de uma forma tal que às vezes esse nosso foco fecha, e nós acabamos
perdendo um pouco a visão do contexto maior. Nós não podemos submeter tudo que
tramita dentro de uma Prefeitura Municipal à instância da Secretaria do Meio
Ambiente. É importantíssimo submetermos muitas coisas à Secretaria do Meio
Ambiente, mas não podemos submeter tudo. Tudo não! Então, é um meio termo que
nós estamos buscando.
Também não podemos
compartilhar com aquela visão maniqueísta de mundo, a qual eu tenho combatido
sempre aqui, de dizer o seguinte: “Olha, se não vai lá para o meio ambiente, é
o fim do mundo!” Porque nós temos que compreender que existem, no planejamento
da Cidade, técnicos com espírito público, que são dedicados. Toda vez que é
necessário, Ver. Brasinha, seja pelos instrumentos legais que nós temos, seja
pela sensibilidade do técnico, o encaminhamento à Secretaria do Meio Ambiente,
para que seja feita uma avaliação, é para lá que vai! E é feita da forma mais
ampla e mais aprofundada possível! Só que nós não podemos, volto a dizer,
generalizar de forma tal, que, absolutamente, para todos os processos, para os
procedimentos e os trâmites da Prefeitura, tenhamos que ir lá e colocar o
carimbo verde em cima. Temos de ser ambientalistas? Sim! Nós temos de aplaudir
o trabalho que os ambientalistas fazem? Sim! Mas precisamos ter certas
ferramentas de pesos e contrapesos que nos permitam evitar os abusos. Há pouco
eu disse ao Ver. Oliboni que o PT, se voltasse à Administração Popular, ao
Governo da Prefeitura Municipal, não gostaria de ver, nos mecanismos de
trâmite, muitos dos instrumentos que hoje eles estão aqui, de forma aguerrida,
combatendo, porque causaria embaraços, causaria instâncias burocráticas, que
iriam trazer, ao invés de soluções, muito mais problemas.
Então, é por essa
razão, tão somente por essa razão que nós achamos que o sistema que hoje está é
bom, que o Projeto que a Prefeitura mandou, nesse aspecto, é bom e que nós não
precisamos desse tipo de alteração. Olha, eu invoco aqui o testemunho dos
Vereadores. Hoje nós estamos fazendo um esforço enorme aqui, relativamente a
mais de 50% dos destaques com indicativo de rejeição nós recuamos e construímos
consenso. Agora, só o fanático Ver. Todeschini não tem capacidade de reconhecer
isso! Só aquele que, na sua fala, expele veneno, não é o caso de V. Exa,
tenho certeza, V. Exa é um Vereador comedido, é um fidalgo, não
ataca ninguém aqui na tribuna. Só um fanático não reconhece isso. Estamos
buscando exatamente isto: que haja um pouco da parte de V. Exa, que
diz que é um Vereador comedido, que é um fidalgo, que é um gentleman,
esse tipo de reconhecimento à nossa postura, ao nosso trabalho e ao nosso
esforço de tentar construir os consensos. E, às vezes, de quando em vez, vamos
ser obrigados a dizer: “Olha, esse instrumento não vai dar, porque cria
complicações burocráticas; são trâmites que não se prestam aos propósitos
expressos na lei, mas à burocratização, submetendo o cidadão e a economia da
cidade e o seu desenvolvimento, a sociedade de um modo geral, a mais uma
instância burocrática, o que, de fato, julgamos que não é necessário”.
É somente isso, Sr. Presidente, esta é a nossa
opinião: pela rejeição. E é a opinião do Governo. Espero, mas não tenho
conseguido, Ver. Toni Proença, que os Vereadores do Governo sigam a nossa
orientação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Toni
Proença está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 103,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero
aqui, com muito respeito, discordar do Líder do Governo, Ver. Valter
Nagelstein, que questiona se tudo tem que ter o carimbo verde. Que bom que
tivesse, não estaríamos enfrentando nem a metade dos problemas que estamos
enfrentando em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. Mas é um
exagero dizer que tudo tem que ter o carimbo verde se aprovarmos esta Emenda.
Do que trata esta Emenda?
Ela trata do art. 17 do Plano Diretor, que diz (Lê.): “A implementação da
Estratégia de Qualificação” - eu grifo - “Ambiental
dar-se-à através de: I - conceituação, identificação e qualificação dos
espaços representativos do Patrimônio Ambiental
[...]; II - valorização do Patrimônio Ambiental
[...]; III - caracterização do Patrimônio Ambiental [...]”; IV - promoção de ações de saneamento, de
monitoramento da poluição e de otimização do consumo energético; V - aplicação
de instrumentos urbanísticos [...]” E aí acrescenta nesta Emenda, do Fórum de
Entidades, parágrafo único (Lê.): “As funções acima elencadas serão realizadas
pelo Sistema Municipal do Meio Ambiente.” Ora, se não é o Meio Ambiente que vai
tratar do meio ambiente, não sei mais quem será! E quem conhece um pouco da
gestão pública sabe que, quando as coisas não estão estabelecidas, quando as
competências não estão estabelecidas, um empurra para o outro, e ninguém faz.
Como não fazem hoje, porque não está especificado na lei.
Então, singelamente, o que tem que fazer é
especificar na lei que, quando se tratar de implementação da Estratégia de
Qualificação Ambiental, será o
Sistema Municipal do Meio Ambiente que vai fazer. Tão simples quanto isso! Não
existe carimbo verde, não existe foco, não existe radicalização, não existe
sectarismo; o que existe é dar ao Meio Ambiente a competência que é do meio
ambiente, para que não soframos todas as mazelas que a agressão ao meio
ambiente tem nos causado. Por isso peço, com muita dedicação, o voto de cada um
de vocês para aprovar esta Emenda. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação
nominal, solicitada por este Presidente, a Emenda nº 103, destacada, ao PLCE nº
008/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 15 votos SIM;
14 NÃO; 01 ABSTENÇÃO.
O SR. TONI PROENÇA (Questão de Ordem): Se a lógica
para aprovar uma Emenda que estava com indicação de rejeição, do bloco anterior,
era de 19 votos, a mesma lógica tem que ser para rejeitar uma Emenda que está
aprovada; tem que ter 19 votos também.
O SR. PEDRO RUAS: Presidente, na
verdade, como há uma aprovação, é claro que para a mudança de qualidade - a
mudança de status, de aprovado para rejeitado e vice-versa -, tem de
haver 19 votos. Portanto a colocação do Ver. Toni Proença é absolutamente
correta, porque ela está aprovada. Para ser rejeitada, sim, precisaria dos 19
votos, é o inverso.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Presidente, eu
gostaria de saber qual é a posição do Ver. Toni Proença: ele é da base do
Governo, está em cima do muro ou está do lado de lá? Numa boa, ele está votando
muito contra o Governo.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, eu sempre recebo como contribuições as manifestações, mas tenho um
entendimento regimental de que, ao destacar uma Emenda, você zera o processo,
correto? Portanto você está fazendo uma nova votação. Isso vale para os dois
lados, não é uma invenção desta presidência. Se preciso de maioria absoluta
para aprovar a Emenda, preciso de 19 votos. É uma nova votação.
O SR. PEDRO RUAS: Compreendo,
Presidente, mas digo que, se nós levássemos isso ao pé da letra, não seria
possível, por exemplo, no destaque, manter a aprovação. Não seria possível.
Quando desiste do destaque, é mantida aprovação ou é mantida rejeição. Por quê?
Porque a primeira votação deixou uma determinada indicação, ou seja, houve uma
decisão. A decisão foi de aprovação ou de rejeição. A mudança da situação, de rejeitada
para aprovada ou de aprovada para rejeitada, necessita de 19 votos.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Pedro
Ruas, respeito a sua posição, mas a minha posição já foi externada, estou
convencido disso. Esse convencimento não é só meu, é da Procuradoria da Casa e
também da Diretoria Legislativa. Não é um convencimento pessoal, da
presidência. Sem dúvida alguma, isso está esteado na posição da Diretoria
Legislativa e também da Procuradoria.
O SR. PEDRO RUAS: Nós temos
condições, Presidente, de fazer um recurso dessa decisão para a Comissão de
Justiça?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sem dúvida.
Conforme o art. 99, pode-se fazer o recurso e até reunir em condições
extraordinárias para analisar a matéria.
O SR. PEDRO RUAS: Está bem,
obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço a
manifestação.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente,
então a Emenda fica sobrestada?
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não, não tem
sobrestamento nenhum. Se o recurso chegar à Mesa, ele tem efeito meramente
suspensivo. Ele tem efeito devolutivo. Em sendo pedido efeito suspensivo, eu
posso analisar o pedido, mas só vou analisar mediante o fato concreto. Por
enquanto não há nenhum sobrestamento, e a Emenda continua rejeitada.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO:
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras
e senhores, Ver. Toni Proença, Ver. João Pancinha, com quem estive no processo
de coordenação do Fórum das Entidades: esta Emenda é oriunda do Fórum das
Entidades, e o colega Ver. Valter Nagelstein pediu destaque desta Emenda. Quero
aqui dialogar com o Ver. Valter. Ela se refere à Transferência de Potencial
Construtivo, que pode ocorrer em várias regiões da Cidade. O item I do § 1º do
art. 52 diz que esta transferência pode ocorrer em praças e parques municipais.
O que o Fórum sugere? Que possa se dar em praças, parques municipais e também
em unidades de conservação municipais. Portanto, Secretário Márcio, Ver.
Valter, isso vai auxiliar o Município a criar mais unidades de conservação
municipais. E vou dar um exemplo aqui. Na Região Sul de Porto Alegre, Ver. João
Antonio Dib, na Rua Aracajú, foi doada uma área pelo Engenheiro Knijnik. Aquela
área foi transformada numa unidade de conservação municipal. Havia índice
gravado sobre a área, não sei quais eram esses índices, mas eles poderiam ser transferidos,
na mesma Macrozona, para outras construções, poderia esse recurso ser utilizado
para a unidade de conservação. Portanto, Ver. Valter Nagelstein, este acréscimo
que faz o Fórum acredito que vem beneficiar justamente a constituição de
unidades de conservação.
Do que trata esse artigo? Da Transferência de
Potencial Construtivo. De onde pode transferir? Está dizendo aqui: se for feito
um empreendimento, e ele gravar a praça, e ele gravar um parque municipal, ele
pode usar aquele índice e transferir para a sua obra, ou vender no mercado e
tudo mais. O Governo está sugerindo que isso seja de praças e parques, e o
Fórum está sugerindo incluir nisso aí as unidades de conservação, porque num
projeto ele pode também gravar uma unidade de conservação e utilizar esse
índice para desenvolver na própria infraestrutura do empreendimento ou em outra
região da Cidade.
Portanto, Ver. Valter, que fez o destaque, eu
creio que esta Emenda do Fórum acrescenta simplesmente unidades de conservação
municipais. O que é unidade de conservação municipal? É da estruturação urbana
das Áreas de Preservação Ambiental do Município de Porto Alegre - eu falo ao
nosso Secretário Municipal do Planejamento, Márcio Bins Ely, que está aqui.
Ver. Reginaldo Pujol, isso vem auxiliar que mais unidades de conservação sejam
constituídas na Cidade, mas os índices podem ser transferidos para serem
utilizados em outra região. É isso o que sugere a Emenda do Fórum. Peço aos
colegas Vereadores que aprovem esta Emenda, que vai auxiliar os empreendedores
bem como construir novas unidades de conservação na Cidade. Um grande abraço,
muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação
nominal, solicitada por este Presidente, a Emenda nº 110, destacada, ao PLCE nº
008/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 12 votos SIM;
15 votos NÃO; 02 ABSTENÇÕES.
Registramos a presença do Sr. Evandro Garla,
Secretário Nacional do PBB. Seja bem-vindo a esta Casa.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra.
O SR. PEDRO RUAS: Excelência, só
para informar à Mesa que, em conjunto com o Ver. Toni Proença, decidimos
ingressar amanhã com recurso e pediremos os dois efeitos: devolutivo e
suspensivo.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O intuito
dessa matéria, Ver. Pedro Ruas, para contribuir... Eu estava aqui, juntamente
com o Dr. Luiz Afonso, buscando a Lei Orgânica, que no seu art. 82 diz: “A
Câmara Municipal deliberará pela maioria dos votos, presente a maioria absoluta
dos Vereadores, salvo as exceções previstas nesta Lei Orgânica e nos parágrafos
seguintes: § 1º - Dependerá de voto favorável da maioria absoluta dos membros
da Câmara Municipal a aprovação das seguintes matérias: I - leis complementares
[...]” - o que é o caso. Portanto, tenho clareza e ratifico a minha posição, ou
seja, o destaque traz uma nova votação, e essa nova votação, por se tratar de
lei complementar, requer, dessa forma, 19 votos. Mas vou despachar à Comissão
de Justiça, que, com certeza, vai se debruçar sobre o tema.
O SR. PEDRO RUAS: Perfeito.
Agradeço, claro, a interpretação de V. Exa, mas gostaria de
salientar que o destaque em si - e aí não há nenhum artigo nesse sentido, nós
examinamos agora - não anula o que foi decidido anteriormente, o destaque não
anula. Ela está aprovada ou está rejeitada. Essa é a questão.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação a
Emenda nº 124, destacada, ao PLCE nº 008/07. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 124, destacada, ao
PLCE nº 008/07.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, foi apresentada
no Fórum das Entidades, pelo Sr. Christiano Ribeiro, representante do Conselho
Municipal do Meio Ambiente, a proposta que altera o art. 92, em que consta
(Lê.): “O Município estabelecerá restrições ou limitações administrativas,
assim como criará unidades de conservação, tais como reserva biológica e parque
municipal, disciplinadas na Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000”.
Explico... Ou melhor, não deveria explicar, porque essa mudança se explica por
si só! Como é que você não vai colocar no Plano Diretor que, com limitações,
com restrições, se pode criar um parque no Município, uma reserva biológica?
Por que o Governo Municipal destaca esta Emenda? Esta Emenda me parece a coisa
mais óbvia, mais simples, mais banal, mas há o medo de que alguém vá propor um
parque. Nós, inclusive, ao aprovarmos a construção da OSPA aqui do lado da
Câmara, Ver. Waldir Canal, decidimos que igual espaçamento de terra, na Zona
Norte, deveria ser área verde. Então, não vejo razão nenhuma, Ver. Dib,
absolutamente nenhuma, para que neguemos que a municipalidade, com base na
legislação federal, crie um parque municipal, uma reserva biológica. Por falar
em reserva biológica, nós deveríamos estar louvando aqui, como argumento
favorável à votação - não de minha parte, mas de todos -, a reserva biológica
do Lami, pela importância que ela tem. Lembro da criação do Parque Knijnik, uma
doação feita à Prefeitura de Porto Alegre.
Imaginem, senhoras e senhores, eu poderia falar
com o Ver. Paulinho Ruben Berta, por exemplo, sobre o Chico Mendes, na Zona
Norte; o Mascarenhas de Moraes, no Humaitá. Imaginem se não houvesse a
condição, Ver. Paulinho Ruben Berta, de ter o Parque Chico Mendes? Podemos discutir
a sua utilização, podemos discutir que deveria ser melhor cuidado, que a
arborização, talvez, pudesse ser diferente, pudesse ser mais robusta, com
árvores e plantas mais vinculadas à cultura do nosso Estado, porque,
infelizmente, lá tem um monte de eucaliptos, quando outras árvores deveriam
estar lá. Então, eu me pergunto: qual é a razão que o Governo tem de fazer esse
tipo de objeção a algo tão óbvio, tão simples, tão banal, como a questão de
áreas verdes em Porto Alegre? Não adianta bater no peito dizendo que somos a
Cidade com o maior número de árvores. Depende das árvores, depende da sua
localização, dos cuidados que se tem. Nós temos um monte de árvores cheias de
erva-de-passarinho morrendo. Aí eu proponho um plano para a Prefeitura do
Prefeito Fogaça, de poda preventiva, e eles dizem que isso não é possível
fazer. Mas só em Porto Alegre não é possível fazer, porque no resto do mundo se
faz! A minha chefe de gabinete, que é bióloga, fez todo um argumentário cabal,
provando que isso é possível fazer, deve-se fazer, é imperioso que se faça.
Depois, vem uma tormenta, cai um monte de árvores, causando um monte de
problemas, gasta-se muito mais. Por quê? Porque não se tem cuidado com as áreas
verdes.
Eu
acho que, efetivamente, este Governo Municipal abandonou a questão ambiental,
principalmente a questão da arborização e, mais especificamente agora, quer
abandonar de vez. Não quer ninguém perturbando a paciência da SMAM com a
criação de algum parque ou de alguma reserva biológica, independentemente de
tamanho. Inclusive, a Emenda é cautelosa, pois fala de aspectos de restrição
administrativa. A Emenda é por demais generosa, e, mesmo assim, a Liderança do
Governo, o Sr. Valter Nagelstein, nega esta Emenda. Não estou entendendo, Ver.
Bins Ely, o que V. Exas. estão querendo fazer com a cidade de Porto Alegre.
Enquanto eu tiver voz, gritarei pelo verde da Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda n°
124, destacada, ao PLCE n° 008/07.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, a Emenda nº 124, de autoria do Fórum, é uma Emenda
que altera, Ver. DJ Cassiá, apenas uma palavrinha: onde diz parque natural, a
Emenda propõe que seja parque municipal - é apenas uma palavrinha de
modificação. E me causa estranheza que o Líder do Governo destaque esta Emenda,
Ver. Valter Nagelstein. Aliás, eu gostaria de saber, já que hoje ele está
presente no Plenário, por que destacou esta Emenda. Porque ontem nós,
reiteradamente, Ver. Haroldo de Souza, fazíamos essa pergunta em relação aos
destaques do Governo, especialmente aos destaques feitos pelo Ver. Valter.
Gostaríamos de obter a resposta sobre o indicativo do destaque da Emenda.
Espero que hoje, com a presença do Líder do Governo no Plenário, possamos ter a
resposta sobre essa pequena alteração, Ver. Valter, passando de parque natural
para parque municipal. E essa mudança dessa palavrinha vem ao encontro do que
diz a Lei Federal nº 9.985, de 18 de junho de 2000, adequando o Plano Diretor
da Cidade a uma legislação federal.
Então,
não dá para compreender por que o Governo faz o destaque desta Emenda e faz o
indicativo para os seus Vereadores para que a Emenda seja rejeitada. Não dá
para entender, Ver. Dr. Thiago, que trabalha muito a Reserva Biológica do Lami.
Não dá para entender, porque essa questão trata apenas de uma adequação
terminológica que vai garantir toda a proteção necessária natural e ambiental
de uma reserva biológica e dos parques da nossa Cidade, não dá para compreender
por que a opinião do Governo é pela rejeição desta Emenda. Não querem
manter as reservas biológicas da Cidade? Não querem manter os parques
preservados? Nós temos um orgulho muito grande de Porto Alegre ser uma das
cidades mais arborizadas do País! Parece-me que essa proteção ambiental, tão
necessária, tão decantada, tão falada pela Prefeitura Municipal de Porto
Alegre... Verificamos mais uma vez que a fala do Prefeito, quando se traduz
aqui no Plano Diretor, não é congruente com o discurso relacionado ao Projeto.
Foi assim na questão das alturas; pela Cidade toda, desde 2007, o Prefeito
Fogaça dizia: “Vamos reduzir alturas na cidade de Porto Alegre!” O que nós
aprovamos ontem nesta Casa, através inclusive das Emendas dos Vereadores da
base do Governo, foram aumentos de alturas na cidade de Porto Alegre!
E agora temos uma Emenda singela do Fórum de
Entidades alterando uma palavrinha significativa, e, por força legal a uma lei
federal - por força legal -, há um indicativo pela rejeição! O Prefeito Fogaça,
que é um homem tão culto, tão preocupado com as questões da Cidade, não quer a
proteção natural e ambiental da Cidade? Eu gostaria de saber disso
especialmente agora, numa época em que estamos assistindo pela televisão, pela
imprensa, ao efeito devastador das chuvas na nossa Cidade, com desmoronamentos,
com quedas de árvores; vejam o efeito que isso tem sobre uma cidade que não
preserva a sua reserva biológica, os seus parques naturais, o seu patrimônio
ambiental. Talvez, Ver. Valter Nagelstein, hoje o senhor possa nos explicar:
qual é a motivação do destaque que o senhor fez? Qual é a sua motivação e a
motivação do Governo para rejeitar Emenda tão importante do ponto de vista
ambiental? Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 124,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; Sr. Secretário, Ver. Nelcir Tessaro, Srs. Vereadores,
minha saudação especial ao Secretário da Federação Israelita do Rio Grande do
Sul, amigo Albert Poziomck, que nos distingue com a sua visita ao Plenário do
Legislativo Municipal.
É simples a resposta, Verª Celeste, mas ela me
permite uma pequena ilustração que eu acho que vem ao encontro do seu desconhecimento e da sua pretensão, por outro lado, de falar
sobre aquilo que desconhece. Dizem que na antiguidade um cidadão caminhava e
viu um pintor. Um sapateiro estava caminhando, Ver. DJ Cassiá, e viu um pintor
fazendo um quadro e observou que ele pintava sandálias. Viu que a fivela das
sandálias estava errada e disse para o pintor que ele estava errando na fivela
da sandália. O pintor disse: “Mas como errando?” “Eu sou sapateiro, e a fivela
não é deste jeito, é deste outro jeito”. O pintor se convenceu de que, de fato,
era e alterou a fivela. Aí, o sapateiro olhou mais para cima e quis alterar a
calça. O pintor olhou para ele e disse: “Mas o senhor é sapateiro!” Ele
respondeu: “Sou sapateiro”, disse o pintor: “Então não vá, sapateiro, além da
chinela.”
Eu digo isso, Verª
Celeste, porque a senhora me desafia várias vezes para que eu fale, mas a
senhora fala sobre algo que não entende, arrosta autoridade, diz que sabe,
desafia-me para que eu justifique, diz que não há nada de mais na lei, mas há
tudo de mais na lei, só que V. Exa não sabe, por isso fala o que
fala. O pequeno detalhe que a Verª Celeste falou, que não tem nada de mais, é a
remissão à Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000 - está aqui -, que
define, por exemplo, que todas as edificações que ficarem em um raio de 10km do
Parque Marinha do Brasil, num raio de 10km... E a Verª Sofia também não sabe
disso, senão não teria vindo falar. E o coitado do Ver. Adeli entrou de gaiato
nessa história! Entrou de gaiato, senão não teria vindo falar para perguntar:
“Qual é a razão do Governo?” Vejam o Parque Saint-Hilaire, por exemplo; vejam,
lá no Jardim Leopoldina, o Parque Chico Mendes. No Parque Saint-Hilaire, lá na
Operação Consorciada da Lomba do Pinheiro, que nós votamos, são 10km de raio!
Há uma série de exigências desta Lei nº 9.985 que impedem ou que dificultam
qualquer edificação num raio de 10km desses parques. Portanto, este pequeno
artigo, singelo, que não tem maiores efeitos, cria um engessamento na cidade de
Porto Alegre no sentido de que, na volta do Marinha do Brasil, na volta do
Chico Mendes, na volta do Saint-Hilaire, na volta do Parcão, 10km ao redor do
Parque Farroupilha, ou Parque da Redenção, nada mais se faça. É só isso. Então,
essa é a única razão.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Claro que não diz, ou então a senhora não leu! O
artigo remete à Lei nº 9.985, então vamos ter que nos ater à Lei nº 9.985. Se a
senhora conhecesse, Verª Sofia, a Lei nº 9.985, não viria a esta tribuna para
falar! Mas, na verdade, a senhora não resiste a este apelo de falar a respeito
de tudo! E, falando a respeito de tudo, às vezes, infelizmente, derrapa e fala
sobre o que não sabe. Era isso, Sr. Presidente. É por esta única razão: porque
vai engessar a Cidade, porque é um instrumento que não pode estar aqui no Plano
Diretor e porque nós temos preocupação ambiental com todo o desenvolvimento da
Cidade, sim... Com relação ao Plano Diretor, várias vezes os Vereadores da
oposição vieram aqui e tiveram que reconhecer que ele traz avanços ao Plano
Diretor de 1999! E me permita só uma lembrança, porque eu estou ficando um
pouco esquecido: em 1999, quem governava Porto Alegre, Verª Sofia Cavedon? Eu
acho que quem governava Porto Alegre era o seu Partido, e a senhora era a
Secretária da Educação. Então, que grande oportunidade foi perdida, quando
tinham a caneta na mão, para fazer todas essas alterações tão generosas que nós
estamos querendo implementar.
Mas o que me alenta, o que me deixa
profundamente satisfeito, o que alegra o meu coração é que os Vereadores do PT
várias vezes reconheceram que o Plano Diretor que nós estamos votando aqui, da
lavra da nossa Administração, do Prefeito José Fogaça e da sua base, que tem
sido tão e tão atacada aqui na Câmara, é um Plano Diretor que traz, sim,
avanços significativos em relação àquele Plano Diretor que nós tínhamos lá. E
aquele compromisso não foi cumprido, não foi adimplido, o compromisso daquela
pessoa que dizia peremptoriamente que não iria sair e que também não mandou
para cá a revisão do Plano Diretor daquela feita. Era isso, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
eu peço que o Ver. Valter se desculpe comigo, porque é tão machista e arrogante
a agressão que ele fez, porque eu nem falei sobre esta Emenda. Não fui à
tribuna falar sobre a Emenda, e ele disse que eu fui, que eu fui e que falei do
que eu não entendo. Ele é machista porque ele disse do Ver. Adeli: “Coitado,
entrou de gaiato!” Agora, a Verª Sofia e a Verª Celeste não sabem do que
falam...! Machista comprovado! Você é arrogante e prepotente! Lamento ser sua
colega na Câmara de Vereadores.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu acredito que
isso não seja Questão de Ordem e lamento o desequilíbrio da Sra
Vereadora e a sua radicalidade. Muito obrigado, Presidente.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Mais uma prova
do machismo. As mulheres quando discordam são desequilibradas ou são
histéricas...! Isso é típico, típico! É tecnicamente uma caracterização do
machista!
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu vejo que a
senhora não pode ser contrariada, pois democraticamente não aceita o
contraditório! Qualquer coisa que lhe façam ou qualquer crítica que lhe
dirijam, a senhora busca desqualificar o seu contendor! Eu só estou
transmitindo o que são as suas opiniões! Presidente, a Verª Sofia, com o
testemunho de todos nós, tem subido à tribuna para discutir todas as Emendas e
agora diz que não falou. Então eu estou noutro mundo.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, há várias Emendas a serem votadas, eu peço compreensão.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente,
eu vou pedir aos colegas, encarecidamente: vamos trabalhar, vamos cuidar do
Plano Diretor! Vamos parar com a discussão!
O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente,
em nome da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, eu quero pedir
encarecidamente à Verª Maria Celeste, à Verª Sofia e ao Ver. Valter que a gente
supere essa crise, para que isso não continue, porque senão nós sabemos que vai
ser um prejuízo para toda a Casa e para todo o trabalho, que até aqui tem
andado muito bem.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente,
só para um registro. Quando os colegas Vereadores, homens, discutem no
Plenário, discutem de forma mais agressiva e num tom mais alto, não são
cobrados. Quando as mulheres falam mais alto, nós somos chamadas de histéricas,
de arrogantes, de prepotentes e de desqualificadas. Isso é machismo puro, Sr.
Presidente. Nós, as mulheres da Câmara Municipal, não vamos aceitar ser
tratadas dessa forma. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereadores, eu
não vou mais conceder aparte sobre essa matéria.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 124, destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, toda vez que
uma discussão de conteúdo da Cidade é direcionada aqui para o campo pessoal, é
claro que desconstitui o centro do debate.
(Aparte antirregimental do Ver. Valter
Nagelstein.)
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. Valter, eu
o ouvi atentamente, portanto, agora, o senhor educadamente me ouça. Primeiro,
eu quero discutir conceitualmente com o senhor. O senhor está redondamente errado
no seu conceito. Vereador, num Plano Diretor, tem-se que entender a Cidade como
um todo, tem-se que discutir os temas e contribuir com o debate. A minha
Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, tem se debruçado e discutido
artigo por artigo do Plano Diretor, emenda por emenda, e, dos sete Vereadores,
estão destacados quatro Vereadores, dois na titularidade e dois na suplência:
Verª Maria Celeste e o Ver. Mauro Pinheiro; Verª Sofia Cavedon e este Vereador
para serem os principais interlocutores, sem nenhum desmerecimento aos
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni ou Carlos Todeschini, que têm
contribuído aqui com o debate também. Portanto, estamos oferecendo a esta
Cidade aquilo que nós entendemos que temos de melhor no conteúdo, para fazer
aqui um debate qualificado. Portanto as minhas colegas Verª Maria Celeste e a
Verª Sofia Cavedon têm toda a autoridade e legitimidade para debaterem o Plano
Diretor na sua amplitude, porque nós defendemos aqui o conceito de que o
Vereador tem que ter um conhecimento eclético, um conhecimento universal, um
conhecimento que possibilite entender os temas setoriais e integrados.
E este tema, Ver. Alceu Brasinha, é da questão
ambiental da Cidade. Eu não sou advogado, Ver. Valter, mas V. Exa o
é, e V. Exa veio dizer aqui nesta tribuna algumas heresias
jurídicas.
(Aparte antirregimental.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Obrigado pela correção. Eu aceito humildemente a
correção à pronúncia da palavra heresia. Sou filho de colono, trabalhei e
estudei lá numa escolinha primária em que a professora, para chegar à
escolinha, andava 10km a cavalo, e eu tenho, sim, dificuldades no Português. Eu
não sou filho da pequena burguesia ou de dondoca. Não sou. Eu tenho dificuldade
no Português e assumo isso publicamente. Agora, se eu fosse jurista, eu não
iria vir à tribuna dizer que essa Emenda é desqualificada, por quê? O que o
Fórum ofereceu a esta Emenda? Olha o que diz a Emenda no conceito apresentado
pelo Governo (Lê.): “O Município estabelecerá restrições ou limitações
administrativas assim como criará unidades de conservação, tais como reserva
biológica e parque natural”. O Fórum acrescentou: “disciplinadas na Lei Federal
nº 9.985, de 18 de julho de 2000”. Ver. Valter, o senhor como jurista sabe que
uma lei federal é maior do que a municipal. Não precisaria nem estar aqui
incluída que tem que ser aplicada no Município. Portanto não engessa coisa
nenhuma. A lei federal é soberana sobre a lei estadual e a lei municipal. É
isso o que estamos discutindo. Eu convido meus colegas Vereadores advogados
Pedro Ruas, Reginaldo Pujol para fazerem um debate jurídico com o senhor sobre
se a lei federal tem ou não supremacia sobre a lei municipal. Mas é lógico que
tem. E esta lei federal, a Lei nº 9.985, é a que trata das unidades de
conservação.
O que é que diz a lei? Qualquer projeto que for
se instalar no Lami, por exemplo, tem que levar em observância a Reserva
Biológica do Lami e o raio de influência de 10Km, hoje já é assim. Uma coisa é
se é aplicada a lei ou não. Aí é outra discussão. O que está sendo oferecido
para o debate é uma questão simples e, como diz o Ver. João Antonio Dib, legal
e regimental, que é dizer que a lei municipal tem que estar disciplinada pela
lei federal. Portanto, não vamos fazer aqui uma discussão no campo pessoal de
um tema tão simples que vem a qualificar a nossa legislação. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Beto
Moesch está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 124,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, esta Câmara, Ver. João Antonio
Dib, proporciona sempre um grande aprendizado. Vossa Excelência sempre tem não
só leis, mas livros para trocar ideias conosco e para nos trazer o seu conhecimento.
Por que estou falando isso, Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo? Porque embora
a Emenda esteja equivocada - vou votar contrariamente à Emenda, ao equívoco
aqui -, justamente pelos debates que se travaram, eu me senti obrigado, Ver.
Haroldo de Souza, a explicar algumas coisas importantes.
Primeiro, existe uma grande diferença entre
unidade de conservação e parque municipal ou praça. São categorias
completamente diferentes. Os parques municipais, como a Redenção, o Parcão, o
Marinha - nós temos oito parques urbanos -, não se constituem unidades de
conservação segundo o Sistema Nacional de Unidade de Conservação, segundo o
Sistema Estadual de Unidade de Conservação. Ver. Valter Nagelstein - eu sei que
o Prefeito quer muito isso, e nós temos que somar esforços para isso -, nós
precisamos ter um Sistema Municipal de Unidade de Conservação. Mas parque
municipal e praça não fazem parte da unidade de conservação, não fazem parte do
Sistema Municipal. Em outras palavras: unidades de conservação são as reservas
ecológicas. Verª Maria Celeste, a atual Lei do Plano Diretor e o Projeto de Lei
estão corretos, porque falam em unidade de conservação, em reserva biológica. A
nossa Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger é a primeira reserva
biológica municipal do Brasil. O Ver. João Antonio Dib me ajuda aqui: criada
pelo Prefeito Thompson Flores e que, depois, foi ampliada pelo Prefeito Raul
Pont, para mostrar que não estamos aqui, em hipótese alguma, fazendo
proselitismo político, muito antes pelo contrário. Fala-se dos 10km do entorno,
mas isso é para a unidade de conservação, não é para o Parcão, para a Redenção,
em absoluto.
(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)
O SR. BETO MOESCH: Sim, é por isso
que temos que rejeitar o artigo, por uma questão de responsabilidade.
Precisamos não somente manter as unidades de conservação existentes mas também
as ampliar. O Morro São Pedro está para ser a quarta unidade de conservação, e
toda a comunidade quer. No Morro São Pedro, Ver. Pancinha - fruto de um dos
maiores projetos, ou talvez do maior projeto da história desta Cidade e que
também faz parte de vários Governos, que é o Socioambiental -, é criada uma
unidade de conservação. Portanto, terá que haver não uma proibição, mas um
planejamento urbano ou um planejamento de atividades no entorno dos 10
quilômetros das unidades de conservação. Sim, isso é muito bom para a Cidade!
Não é impedir que se faça alguma coisa; é no sentido de que esse entorno
dialogue com a unidade de conservação, Vereadores Dr. Raul, DJ Cassiá e Marcelo
Chiodo, que me ouvem; isso é importante. Aproveito, Ver. Sebastião Melo -
porque não votamos ainda -, e faço um apelo a V. Exa, ao Ver. Valter
Nagelstein e à Verª Maria Celeste, já que estamos debatendo este assunto:
precisamos votar o Sistema Municipal de Unidade de Conservação. Precisamos, é
muito importante para a Cidade, a fim de ampliarmos as pesquisas em Porto
Alegre, ampliarmos a educação ambiental, ampliarmos o turismo e a proteção dos nossos recursos hídricos, da nossa flora, da nossa fauna. Para quem
não sabe, os Vereadores sabem: as nossas unidades de conservação - ainda temos
o Morro Santana, que é da UFRGS, são 400 hectares - constituem-se Mata
Atlântica remanescente do País, reserva da biosfera. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver. Pedro Ruas está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 124, destacada, ao PLCE nº
008/07.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente desta Casa e desta Sessão; Vereadoras e Vereadores, o
Ver. Beto Moesch coloca uma questão técnica. O Vereador sabe que
sistematicamente tenho apoiado aqui as suas Emendas, uma vez que, do meu ponto
de vista, o Vereador é o grande ambientalista desta atual composição da Câmara
Municipal, mas esquece um dado da maior relevância, Vereador: o Plano Diretor,
o PDDUA - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental -, é Urbano
Ambiental!
O Ver. Nagelstein
disse como uma crítica aqui nesta tribuna - sei que V. Exa não pode
fazer registro, porque não é aparte, mas quero que me ouça - que sempre havia a
necessidade do carimbo verde. Mas há necessidade do carimbo verde! O que é este
Projeto do Plano Diretor colocado para nós? Este Projeto é, e as Emendas têm
que ter esta característica, de desenvolvimento urbano ambiental! E, se não for
o carimbo verde, Ver. Nagelstein, será uma selva de concreto; se não for a
posição de Vereadores da oposição e alguns Vereadores da situação - na oposição
saliento as Vereadoras Celeste, Sofia e Fernanda -, teremos não só uma selva de
concreto, mas também uma interminável selva de concreto que chegará ao céu! Se
depender somente de intenções, entre aspas, do Governo Municipal, traduzida em
Emendas da base do Governo aqui, com o apoio de V. Exa, Líder do
Governo, nós teremos concreto em cima de concreto chegando ao céu! Não haverá
um carimbo verde, não! Haverá um carimbo do inferno na Cidade! Do inferno na
Cidade!
Então, nós vamos
deixar claro do que estamos tratando aqui: Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano Ambiental! Urbano Ambiental! E quem não tem consciência da
responsabilidade ambiental não pode discutir este Projeto! Não pode emendá-lo!
Não pode pedir destaques! Porque, aqui nesta Casa, nesta Câmara Municipal, com
a sua tradição, nós não vamos andar na contramão da história! O mundo trafega no
sentido de proteger o meio ambiente! O mundo discute - como se fala, agora, em
Copenhague - como deter o aquecimento global! O mundo discute como preservar a
vida nas próximas gerações! E nós queremos, aqui em Porto Alegre, construir
concreto, cimento, tijolo, lucro para os empresários do setor especulativo
imobiliário?! Mas não com o nosso voto, não com a nossa aprovação! Não com o
nosso silêncio! Não com a nossa conivência! Não seremos coniventes com a
barbárie! Não seremos! Sabemos que há caminhos, Presidente Sebastião Melo, há
vários caminhos, e não somos donos da verdade. Mas nós sabemos bem por onde não
devemos trilhar, nós sabemos da nossa responsabilidade!
E quero deixar claro
também: se é verdade, não sei se é, que alguns Vereadores intimidam outros com
palavras e expressões mais duras, também é muito verdade que há Vereadores que
não se intimidam com nada! E eu estou entre eles.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Em votação a Emenda nº 124,
destacada, ao PLCE nº 008/07 (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 10 votos SIM; 16 votos NÃO; 03 ABSTENÇÕES.
Em votação nominal, solicitada por este
Presidente, a Emenda nº 146, do Fórum de Entidades, ao PLCE nº 008/07. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA por 09 votos SIM; 15 votos NÃO; 03 ABSTENÇÕES.
Em votação a Emenda nº 168, destacada, ao PLCE
nº 008/07. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda nº 168, destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, esta
Emenda nada mais é do que uma adequação do Estatuto da Cidade para dentro do
nosso Plano Diretor, inclusive é uma Emenda que foi aprovada por unanimidade na
Comissão. O que diz a Emenda? Sr. Presidente, talvez a gente tivesse que fazer
um intervalo, porque eu não vou falar para as paredes. Peço dez minutos, por
favor.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não vou dar
intervalo. Vários funcionários também estão fazendo, com tranquilidade, o seu
lanche, e a maioria dos Vereadores está nas suas Bancadas. O seu tempo está
garantido. Nós vamos prosseguir com os trabalhos. Só apelo para que mantenham
silêncio; que, de forma tranquila, façam o seu lanche, e vamos continuar os
trabalhos. Devolvo a palavra a Vossa Excelência.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Obrigado.
Portanto é uma das adequações que o Plano
Diretor tem que fazer com relação ao Estatuto da Cidade. Essa é uma adequação
conceitual que nós propusemos, que foi aceita nas Relatorias e na Comissão,
sendo aprovada por consenso. Ela inclui no Plano Diretor as ZEIS, as Zonas
Especiais de Interesse Social. Trata-se de uma amplitude da nossa legislação
municipal, algo que já existe desde 1995, 1996 e que define Áreas Especiais de
Interesse Social. Quando quiserem fazer uma regularização fundiária, terão que
entrar com um processo de área por área. Nesse sentido, Secretário do
Planejamento, estamos propondo esse conceito, para que a própria Secretaria do
Planejamento possa utilizar essa ferramenta e definir toda uma área como ZEIS.
Eu vou citar o exemplo de uma região da Cidade.
Ver. Reginaldo Pujol, lá na Lomba do Pinheiro, aquela região da Parada 6, Rua
Afonso Lourenço Mariante, já está toda ocupada por vilas irregulares e tem um
regime urbanístico no nosso Plano Diretor como diversificada ou Área de
Proteção ao Ambiente Natural, mas já está toda ocupada. E lá há a Vila São
Francisco, a Morada da Colina, a Quinta do Portal, mais adiante há a Mariante
1, a Mariante 2, o Sertão, o Sertão 1. Então, com esse conceito, o Município
pode gravar toda uma região como Zona Especial de Interesse Social. Ver. Nelcir
Tessaro, inclusive o senhor apresentou, no seu grupo de trabalho, uma Emenda ao
Plano Diretor. A Emenda facilita em muito o trabalho técnico da gestão
municipal, principalmente da Secretaria Municipal do Planejamento e do
Departamento Municipal de Habitação.
Portanto, esta aqui não é uma Emenda de disputa
conceitual ou de disputa estrutural, é uma Emenda de adequação do Estatuto da
Cidade, nós aproveitamos a oportunidade para inserir definitivamente esse
conceito para podermos utilizar essa ferramenta, que é uma excelente ferramenta
para a gestão urbana. Ou nós não aceitamos e ficamos, ainda, desconectados do
Estatuto da Cidade nas ferramentas que ele apresenta. A nossa intenção quando
construímos esta Emenda... Foi um estudo minucioso que fizemos do Estatuto da
Cidade. Entendemos que, incluindo as Zonas Especiais de Interesse Social como
conceito - Ver. Marcantônio, o senhor é lá da entrada da Cidade; Ver. Mauro
Zacher, que trabalha com um conjunto de vilas irregulares... Com esta Emenda
aprovada, não precisa que cada vila entre com o processo para transformar em
Área Especial de Interesse Social. O Município pode gravar toda a região como
Zona Especial de Interesse Social e com isso dar condições para que a aprovação
avance.
Nesse sentido eu peço, sim, o apoio da posição
que estamos defendendo, principalmente para aqueles Vereadores comunitários e
que trabalham com o tema da regularização fundiária e reforma urbana, como o
Ver. DJ Cassiá, que é lá da Restinga; o Ver. Alceu Brasinha, que é lá da Zona
Norte; o Ver. Nilo Santos, lá do Campo Novo, em que há um conjunto de vilas
irregulares; o Ver. Nelcir Tessaro, que foi Secretário da Habitação e sentiu a
dificuldade por não ter essa ferramenta instituída ainda no Município; o Ver.
Paulinho Ruben Berta, o Ver. João Pancinha e o Secretário Municipal do
Planejamento. Portanto, esta é uma Emenda conceitual, eu acredito que - aí faço
um apelo ao Líder do Governo - há tempo, inclusive, de retirar o destaque,
porque ela fica inserida no contexto da Cidade como uma ferramenta a mais do
Estatuto da Cidade à disposição do Município para a gestão pública. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): a Verª
Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 168,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
eu confesso que fico meio baqueada quando acontece o que aconteceu no Plenário.
Diferente do Ver. Pedro Ruas, que diz que não sente, eu sinto. Eu sinto por
todas as mulheres, porque sempre é assim com as mulheres. E não quero que os
homens olhem para cá e digam: “Lá vêm elas fazer drama”. Ficou muito nítido o
desrespeito e o machismo do Ver. Valter Nagelstein ao se manifestar aqui na
tribuna, dizendo que eu tinha falado, e fazia duas Emendas que eu não falava,
surpreendentemente, porque tenho me posicionado, é verdade. E o Ver. Adeli Sell,
que é homem, entrou de gaiato... Na verdade, não é que ele não saiba; ele
entrou distraído e depois continuou... Ao invés de pedir desculpas, porque agiu
inadequadamente, continuou: “Ah, a Verª Sofia não gosta de ser contrariada, ela
perde o controle”!
Nós ficamos meio abatidas, porque temos uma
responsabilidade com a Cidade que procuramos cumprir, Ver. Valter Nagelstein;
responsabilidade que eu não vejo no Governo e nos seus representantes, quando
alguns, por exemplo, não incorporam nem princípios do Estatuto da Cidade na Lei
do Plano Diretor, porque é perigoso. Imagina, o Ver. Engenheiro Comassetto quer
regularizar áreas de assentamento autoproduzidos para a população de baixa
renda, Ver. DJ Cássia! Imagina, se nós vamos favorecer a população pobre aqui
nesta Casa! Nós temos que favorecer a especulação imobiliária...! Isso o
Governo faz aqui, a torto e a direito. A torto e a direito! Desregulamentando,
vendendo índice diretamente, aumentando a faixa dos empreendimentos
considerados como Projeto Especial de 1º Grau, e assim vai a liberalidade.
Liberando o aumento de alturas sem lei! Há vários elementos. E o pior golpe é
nas Áreas de Interesse Cultural. A ideia é preservar só o bem, e sobre o seu
entorno: “Ah, é ambiência, ali a gente vai botar índice construtivo, Solo
Criado, etc, etc...”
E aí, para darmos conta da responsabilidade, nós
temos que estudar muito. Estudar muito. Eu me dedico ao tema da educação, ao
tema da cultura, ao apoio popular, e não é fácil, com todo o nosso trabalho,
ter que entender de Plano Diretor. E estamos fazendo isso! A Bancada senta, a
gente se escuta, a gente estuda, a gente respeita as pessoas. A gente vem aqui
e se posiciona não com um diplominha e dizendo: “Eu sei, eu tenho competência
técnica”, mas com responsabilidade de quem quer representar a Cidade. E eu
espero aqui sempre representar a Cidade em nome de quem nunca teve direitos. Eu
nunca vou “principalizar”, aqui nas minhas decisões políticas, quem sempre foi
privilegiado, que é quem detém terra, poder e renda neste País. Essa é a grande
verdade. Cinco por cento da população do Brasil recebe mais do que cinco
salários mínimos, Verª Fernanda Melchionna. Este País é profundamente desigual,
e um dos motivos é que instrumentos importantes que desde 2001 estão no
Estatuto da Cidade continuam sendo questionados e não aplicados!
Aqui, as Zonas Especiais de Interesse Social,
que têm uma regra simples... Aliás, todo o capítulo do uso do solo público, que
trazia o direito púbico à moradia, à área para moradia, foi rejeitado. Era Emenda
do Fórum, que colocava um capítulo fundamental para quem não conseguiu ainda
sua casa para morar, para quem vive empilhado nas vilas. E de novo o Governo
não diz por que, mas destacou aqui uma Emenda que contempla os assentamentos
produzidos por população de baixa renda, em áreas públicas ou privadas,
adquiridas de forma coletiva; que contempla o conjunto de assentamentos de
baixa renda, que, no uso de assistência técnica e judiciária, garantam uma
relação estável com a terra. Há uma legislação federal que nós, aqui, ajudamos
a adequar, o Ver. Paulinho Ruben Berta fez a Emenda, corrigiu a Emenda, e nós
vamos votar com ele: estando na terra por cinco anos, as pessoas têm direito a
ela. Então, eu não entendo por que este instrumento do Estatuto não possa
compor o Plano Diretor, porque, se este Plano Diretor é ruim em alguns
elementos, ele foi vanguarda em muitos instrumentos que ele escreveu na cidade
de Porto Alegre. Estou com muita certeza, Vereador: o Plano que está sendo
votado será pior do que aquele que está em vigor.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a
presença no Plenário da Câmara do nosso queridíssimo amigo José Fortunati,
Vice-Prefeito e Secretário Extraordinário da Copa. Seja bem-vindo, Secretário e
Vice-Prefeito! (Palmas.)
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda nº 168, destacada, ao PLCE nº 008/07.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente,
Vereadores e Vereadoras, Sr. Vice-Prefeito, que está aqui na Câmara Municipal:
eu queria fazer um registro, antes de encaminhar a Emenda, da simbologia que
existe quando uma Vereadora é atacada nesta tribuna, num espaço que
historicamente é um espaço masculino, os Legislativos. Nós tivemos uma Prefeita
nesta Cidade, Verª Maria Celeste, que foi V. Exa, durante um dia.
Somos quatro Vereadoras numa Câmara de 36, e toda vez que uma mulher que é
guerreira, que é trabalhadora, que defende as suas ideias com a veemência com
que muitos homens fazem nesta tribuna é chamada de histérica, não só me dói o
ouvido, como lembro das lutas das mulheres brasileiras que lutaram décadas para
terem direito ao voto, que lutaram décadas para poderem estudar, que lutaram
décadas para poderem trabalhar e serem donas do seu próprio corpo, que lutaram
para estar aqui votando e sendo votadas. Toda vez que algum machista chama uma
guerreira como a Heloisa Helena de histérica - porque ela é lutadora, porque
ela não tem medo de dizer e “dar nomes aos bois”, não tem rabo preso para poder
indicar a banca podre que existe na política nacional - ou quando a Verª Sofia
é atacada nesta tribuna - porque fala, sim, em todas as emendas, porque estuda,
porque lê emenda por emenda, porque tem a sua opinião, a sua visão de cidade -,
eu tenho cada vez mais certeza da importância de combater esse tipo de prática.
Combater, primeiro, registrando que o machismo não passará; segundo,
fortalecendo, em todos os espaços, a importância da luta feminina e a
importância de que os Vereadores nesta Casa aprendam a conviver com a feminilidade.
Não nos vencerão no grito. Não somos histéricas, somos Vereadoras eleitas por
esta Cidade para representar uma opinião política nesta Câmara de Vereadores e,
assim como respeitamos os Vereadores, queremos e exigimos sermos respeitadas.
A Emenda do Ver. Engenheiro Comassetto é muito
importante, ela trata da inclusão do inciso VIII no Capítulo V; para o público
que nos assiste, trata das zonas de uso da Cidade. O Vereador faz o que deveria
ser, Verª Maria Celeste, a readequação do Plano Diretor com o Estatuto da
Cidade. Porque o Estatuto da Cidade trata da Zona Especial de Interesse Social,
e o Vereador, na verdade, traz esse conceito para dentro do Plano Diretor da
nossa Cidade. O Estatuto da Cidade foi votado por unanimidade na Câmara
Federal, com todas as diferenças que existem, e cada Município tem o dever de
readequar o seu Plano, conforme lei federal. O Vereador traz não só o conceito
de Zona Especial de Interesse Social como tipifica os conjuntos de
assentamento, o que tem a ver com o que o Ver. Paulinho Ruben Berta, ontem,
falava nesta tribuna sobre o Plano Diretor. Ele dizia que no bairro Ruben Berta
há duas mil famílias de baixa renda. Pois a Emenda do Ver. Comassetto tipifica
justamente esse tipo de assentamento, que é de população de baixa renda em área
pública ou privada, em condições previstas na Constituição Federal.
Na letra b, fala daquelas áreas que são ocupadas
de maneira coletiva. E nós sabemos como é brabo quando as pessoas não têm onde
morar e se juntam para ocupar a terra, para ter direito à moradia, num País
onde 50% da terra pertence a menos de 1% da população, os latifundiários, que
são sempre beneficiados pela legislação. Esses estão conseguindo agora discutir
o Código Estadual Florestal para rebaixar o controle ambiental e de preservação
do Código a seu bel-prazer. Esses conseguiram, no Governo Yeda, rezonear o
Estado para poder plantar mais eucalipto, e sabemos como suga a água, e, em
muitos lugares, está havendo consequências drásticas. Essas pessoas estão
fazendo o seu lobby aqui na Câmara de Vereadores, como nós assistimos,
durante um bom período, para deixar o Plano Diretor cada vez mais fácil para
especulação imobiliária, rebaixando os conceitos e facilitando que a Secretaria
Municipal fique com a caneta para aprovar determinados projetos de impacto
urbano e ambiental nas zonas que lhe for aprazível, porque pode mudar inclusive
o regime urbanístico.
Essa Emenda é muito importante para aqueles que
sempre falam da luta comunitária. Não existe explicação para votar contra essa
Emenda; aliás, não existe explicação para o Governo ter destacado a Emenda,
porque a política do Governo aqui na nossa Câmara é do veto prévio dizendo: “Se
não concorda comigo, grito, veto, não aceito”. Então, gostaria de uma
explicação do motivo do Veto a essa Emenda.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 168,
destacada, ao PLCE nº 008/07.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente,
da mesma forma, quero saudar o nosso Vice-Prefeito José Fortunati, seja
bem-vindo. Vossa Excelência anima os nossos trabalhos, engrandece o nosso
Plenário não só pela sua dimensão física, mas pela sua dimensão moral, sua
dimensão intelectual. Foi ex-Presidente deste Legislativo, ex-Deputado Federal,
Vice-Prefeito da nossa Capital.
Eu me valho das suas últimas palavras, Verª
Fernanda, de que, quando não concordam com a gente, a gente grita. É o que V.
Exa faz. É o que a sua prática política faz realmente. Mas é um direito
que a democracia outorga a Vossa Excelência. Eu vi que V. Exa estava
lá na frente da casa da Governadora; até com relação àquilo, eu estava ao seu
lado. Achava que era preciso apurar. Obviamente, não me valendo daqueles mesmos
meios, que iam além um pouco da minha concepção de mundo, mas é uma visão.
Quando a gente não concorda, a gente grita, a gente protesta. Muito bem, faz
parte da democracia.
Eu acho que o Ver. Pedro Ruas, na verdade, é que
podia bem mais. Eu tenho grande admiração pelo Vereador, sempre as suas falas,
nesta tribuna, são bastante ponderadas, mas V. Exa cai, de novo, na
armadilha fácil, senhores, do maniqueísmo de dizer que eles são, meus queridos
amigos, os defensores da cidade ideal, do paraíso, da reconstrução do jardim do
Éden, e que nós, por outro lado, somos aqui os facínoras que querem construir
edifícios que alcancem o céu. Parece que estamos querendo recriar a torre de
babel em Porto Alegre. Quando, na verdade, tudo que nós estamos querendo fazer
é, exatamente, fugir do radicalismo deles, tentar construir uma cidade que
encontre a virtude, que está no meio, nas posições intermediárias.
Sobre esse artigo, nós estamos sendo contra e destacamos novamente, porque ele é impróprio onde está. O Ver. Comassetto produz uma Emenda, a de n° 161, que é a que vamos votar, que incide sobre o art. 31. Não vou tornar enfadonha a nossa discussão, mas o art. 31 do Plano Diretor de Porto Alegre, que estamos votando, versa sobre as zonas de uso, que são concebidas de acordo com os seguintes conceitos básicos: “I - Cidade Miscigenada; II - Policentralidade; III - Centralidade; IV - Incômodo; V - Impacto; VI - Manutenção do Patrimônio Ambiental do Município, através da preservação dos bens naturais e culturais; VII - Estímulo à produção primária”. Tudo isso está contemplado no nosso Plano Diretor. Aí o Ver. Comassetto propõe uma Emenda que descaracteriza essa Emenda. Até me compadeci da fala do Vereador, acho que ele não precisava ter feito aquele exercício que fez, e tão pouco eu tive a intenção de corrigi-lo. Admiro o esforço. Não compreendo só quando ele se dirige a mim, dizendo que sou nascido numa família abastada, porque isso encerra também um preconceito. Eu sou filho de uma mãe - isso encerra um preconceito, esses que dizem lutar contra o preconceito -, de uma mulher cheia de valores, dona de casa, que nos criou - somos cinco irmãos -, e de um pai advogado, de um pai advogado que lutou muito, sempre com dificuldade; sempre com dificuldade.
Então,
essa história de querer botar um carimbo - somos todos colorados, Ver.
Brasinha, todos colorados... Mas eu respeito todas as pessoas, de onde elas
vêm, só não gosto desse exercício que V. Exa faz, Verª Fernanda, de
querer colar um rótulo nas pessoas quando falam. Eu vejo assim. Há um ditado
que diz que as mulheres são como as abelhas: têm ferrão e têm mel. O seu mel eu
deixo para aqueles a quem V. Exa o destina, mas, certamente, tem
ferrão também; tem ferrão. E, quando a gente fala alguma coisa, elas ficam
totalmente ofendidas, como se nós estivéssemos aqui praticando machismo, isso
não tem nada a ver com machismo. Ora! Se há uma posição política que precisa
ser combatida, será combatida a posição política, independentemente de gênero.
Então, isso é uma tentativa baixa de querer desqualificar o contendor, eu já
disse ali no microfone. E, quando a gente fala, não tem nada de querer estar
desmerecendo as mulheres. Bom, agora porque é mulher, então, fala o que quiser
e não pode ouvir nada, porque tem língua de aço e ouvidos de cristal... Quer
dizer, usa a sua fala e sua verbosidade para dizer o que quer, para atacar quem
quer, para levantar suspeita sobre todo mundo, para dizer que nós temos
concertos com os interesses econômicos e queremos destruir a Cidade, mas não
tem capacidade de ouvir nada! Puxa vida! Exercite a sua tolerância e a sua
capacidade de ouvir.
Por essas e outras tantas
razões é que nós estamos... Não por essas que eu arrolei, que na verdade se
restringem mais ao que nós falávamos, mas pelas impropriedades da Emenda nº
168, que deveria estar lá, se fosse o caso, junto com a art. nº 76, e não aqui
com o art. nº 31, é que nós estamos encaminhando contrariamente, Sr.
Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA (Requerimento): Eu
faço um Requerimento, solicitando que o Ver. Valter retire a expressão abelha,
porque nós já tínhamos conversado nesta Casa, que é uma Câmara de Vereadores e
não é um zoológico, que pararíamos de equiparar os Vereadores a animais ou
insetos. Eu peço que o Vereador retire a expressão.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): O Ver.
Valter Nagelstein está com a palavra.
O SR. VALTER NAGELSTEIN (Questão de Ordem): Eu acho que
ela, a Vereadora, está equivocada, eu disse uma fala, um ditado consagrado em
todos os livros de expressões. Quem preside a Frente Parlamentar de Incentivo à
Leitura deveria conhecer isso, é um dito popular que diz que as mulheres são
como abelhas: tem mel e tem ferrão. Não há nada de desairoso nisso. Nada.
Absolutamente nada de desairoso. Há, sim, a vontade de V. Exa, Vereadora,
como das outras Vereadoras, de adulterar o tom das minhas palavras para servir
aos propósitos que tem de criar tumulto no nosso debate. Era isso, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Verª Celeste,
eu peço a sua compreensão, porque encerrou a nossa Sessão Extraordinária. Eu
vou convocar uma segunda Sessão, que nós vamos levar até às 22 horas, no seu
limite. E voltaremos às 9h30min amanhã. Srs. Vereadores, eu quero fazer um
pedido a mais: podemos, na sexta-feira pela manhã, continuar enfrentando esta
matéria? Acho que seria razoável para podermos encerrar na segunda-feira,
porque estaremos encerrando dentro do mês de novembro, acho que isso é
razoável. Temos 66 Emendas; se continuarmos neste diapasão, precisaremos ainda
de, no mínimo, três dias para enfrentar a matéria.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 19h48min.)
* * * * *